23º Domingo do Tempo Comum

Ev Mt 18, 15-20

“Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus” (Mt 23, 19).

A passagem do evangelho proclamado neste domingo nos ajuda a entender a dimensão eclesial do nosso ser cristão. Em seus ensinamentos Jesus Cristo mostrou claramente que seus seguidores deverão formar uma comunidade de vida. Na comunidade de vida podemos pensar diferente, mas nunca podemos ficar divididos e para isso temos a correção fraterna ou a prática da reconciliação no sacramento da confissão. Ao cometer uma falta, o irmão deve ser levado a fazer sua correção; caso ele permaneça de coração fechado, que se faça a correção fraterna com a presença de testemunhas; caso ele não se reconheça ainda em se abrir à vivência de amor na comunidade, deverá ser excluído da comunidade.

A prática penitencial da Igreja nos primeiros tempos testemunha a grande seriedade e coerência no esforço da conversão. O pecador só encontra o perdão de Deus na redescoberta de sua misericórdia atuando na Igreja, especialmente quando a comunidade se reúne para a celebração eucarística, onde se evidencia a redenção adquirida por nós pelo gesto de Jesus Cristo que, por amor, deixou-se morrer crucificado. E sua morte é a visualização da misericórdia infinita de Deus Pai por nós. Por que então ficarmos presos a pequenas coisas que demonstram nosso egoísmo, nosso orgulho, nossa vaidade? O testemunho mais forte que podemos dar ao mundo de hoje é a vida em comunidade. Somos diferentes, mas sabemos nos perdoar e nos amar na prática do amor fraterno e na vivência apostólica em nossas Pastorais e Movimentos.

Neste mês da Bíblia, a Igreja no Brasil nos propõe conhecer melhor o conteúdo do texto da 1ª Carta de São Paulo aos Tessalonicenses. Seria bom em cada dia lermos alguns trechos desta carta de Paulo.  Ao início do carta em nossas Bíblias há uma explicação da origem e formação deste texto de São Paulo. Ler esta explicação nos ajuda a entender que São Paulo escreveu esta carta para nos mostrar que devemos anunciar o Evangelho e doar a nossa vida para que outros encontrem vida em Jesus e nos mostrar de modo muito catequético que Jesus será sempre o sentido de nossa vida.

D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano