29º Domingo do Tempo Comum

Mc 10,35-45

“Quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”

O evangelho do 29º Domingo do Tempo Comum é retirado de Mc 10, 35-45 encontra-se situado após o terceiro anúncio da morte e ressurreição do Filho do Homem feito na perícope Mc 10, 32-34 que antecede a esta passagem do nosso evangelho dominical.

O evangelho deste domingo está dividido em duas partes; a primeira parte (35-40) trata o pedido dos filhos de Zebedeu; a segunda parte (41-45) é um ensinamento sobre o serviço. Logo após Jesus elencar os momentos de sua degradação que culminará na morte, os dois irmãos, com uma desenvoltura que irrita os outros apóstolos, pedem para sentar-se um à direita outro à esquerda do Messias. Em suma Tiago e João pedem para ter os primeiros lugares e ser “primeiros-ministros” no reino de Jesus.

A resposta de Jesus a essa questão é dada em duas sentenças que basicamente visam dizer que a única condição para a promoção é a participação no seu destino, que é marcado pela humilhação, sofrimento e morte. Para explicitar esse destino, Jesus usa duas imagens: beber o cálice e ser batizados com batismo. Ambas imagens fazem referencia ao destino de morte e sofrimento que Jesus irá passar.

O pedido dos irmãos serviu para que Jesus fizesse uma catequese sobre o significado e valor dos papais exercidos na comunidade cristã. Jesus recordar-lhes o modelo dos “governantes das nações” e dos grandes do mundo: eles afirmam a sua autoridade absoluta, dominam os povos pela força e submetem-nos, exigem honras, privilégios e títulos, promovem-se à custa da comunidade, exercem o poder de uma forma arbitrária. Ora, este esquema não pode servir de modelo para a comunidade do Reino. A comunidade do Reino assenta sobre a lei do amor e do serviço.

A comunidade dos discípulos de Cristo se assenta sobre a lei do amor e do serviço. Os seus membros devem sentir-se “servos” dos irmãos, apostados em servir com humildade e simplicidade, sem qualquer pretensão de mandar ou de dominar. O modelo desta atitude é o próprio Jesus. Ele apresenta-Se como “o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos”.