Avós e netos, uma relação de afeto e segurança

Em meio a tantas histórias colecionadas no decorrer da vida, as lembranças com avós são aquelas geralmente lembradas com saudades e emoção. Alguns saborearam mais a convivência, outras pessoas nem tanto, mas é bem provável que as imagens dos avós tragam a sensação de resgate de identidade, os tempos de meninice, das “artes”, também de muito aconchego.

O relacionamento entre os avós e netos é um dos vínculos mais significativos depois da relação entre pais e filhos. Os avós oferecem, pelos simples fato de estarem presentes, um marco de segurança e aceitação afetiva. Cada qual com seu “jeitinho”: com seus contos e lendas, uns mais bravos, outros mais engraçados, uns mais idosos, outros mais jovens, uns mais roceiros, outros mais urbanos integram este imaginário de amor que é construído em torno desta figura dos avós.

Estas impressões tão positivas que a experiência pessoal com os avós podem constatar, são validadas também por pesquisas na área da psicologia. Estas demonstram que este estreito laço imprimi um alto sentido de pertença a família, melhor socialização, desenvolvimento cognitivo e afetivo saudável.

Em tempos modernos, o papel dos avós tem padecido por algumas mudanças. Se por um lado, diante do confinamento das crianças aos vídeos-games, televisão, existe um afastamento da convivência com os avós, é recorrente também episódios em que a estes são delegados a criação e educação dos netos. Nestas duas situações ocorre um desvio de funções reais que podem prejudicar seriamente este vínculo tão importante. No primeiro, um isolamento das crianças de suas próprias raízes, no segundo, o espaço vazio já que os avós precisam ocupar o lugar das regras, das obrigações da rotina diária.

Os avós enriquecem a vida de seus netos, quando podem acompanha-los, escuta-los, diverti-los com brincadeiras de seus tempos, quando através de suas intensas experiências de vida podem despertar a consciência dos seus entes na busca da vivência dos valores, das lutas essenciais da vida, no aconselhamento das melhores escolhas a serem feitas. Quando podem desenvolver o senso de responsabilidade perante as convocações que a vida faz e que de alguma forma eles já responderam errando ou acertando. Quando podem incentivar a capacidade criativa de seus netos, para que diante da preciosa liberdade humana, possam superar desafios e construir seus projetos pessoais.