Celebrações de fé marcam Semana Santa em paróquias da Diocese

Em um país de grandes dimensões em que mais da metade da população é católica, não é de se estranhar que grandes manifestações religiosas tomem conta da Semana Santa. Em todas as regiões do Brasil as celebrações são marcadas pelas tradições populares e pela fé no Cristo Ressuscitado.

Em São João del-Rei não é diferente. Você pode não ter reparado mas tem coisas que acontecem aqui que não se encontram em lugar algum. São peculiaridades. Oficio de Trevas, tapetes de rua com areia da Serra, combate de Sinos, passinhos para visitações, costumes que passam de pais para filhos. É uma riqueza que estimula a fé.

Mas se engana quem acredita que as belezas de concentram apenas no centro histórico da cidade. Além da Catedral, as demais 41 paróquias da diocese também realizam, em suas 26 cidades, os tradicionais ritos do Tríduo Pascal, iniciado na tarde de quinta-feira, 29.

QUINTA-FEIRA SANTA

Nas paróquias, momentos de oração e criatividade fizeram presentes durante a celebração da Ceia do Senhor. Com encenação, os sacerdotes recordaram a ação de Jesus, lavando os pés de seus paroquianos. A cena, realizada há quase dois mil anos atrás, motiva o cristão ao serviço, a descruzar os braços e ir ao encontro do próximo.

O ato ganhou roupagem nova em muitas paróquias que, associando com a temática da Campanha da Fraternidade, contou com a participação de representantes de associações e entidades relacionadas com a violência.

Ainda na quinta-feira, celebrando a Instituição da Eucaristia, as cerimônias contaram ainda com a desnudação do altar, transladação e adoração ao Santíssimo Sacramento.

SEXTA-FEIRA SANTA

Em clima de silêncio a sexta-feira da Paixão, 30, amanheceu com jejum, oração e reflexão em diversas paróquias da diocese. Vigílias, Vias-sacras, teatros, ofícios e visita às igrejas foram algumas atrações religiosas deste importante dia de fé para o católico.

No início da tarde, na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, padre Leonardo José de Souza, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia (CNBB), conduziu o sermão das Sete Palavras. O tradicional rito, que é acompanhado pela Orquestra Ribeiro Bastos, deu sequência à Ação Litúrgica, celebrada em todo o mundo às quinze horas.

A celebração, que não possui consagração, é dividida em diversos atos, dentre eles, o emocionante Canto da Paixão, a Oração Universal, veneração e Beijo da Cruz.

Em algumas paróquias a programação da noite culminou com a Paraliturgia do Calvário, com figurados, sermão, descendimento do corpo de Jesus da cruz e procissão “do enterro”.

Nas escadarias da Igreja das Mercês o cenário de fé transpassado nos olhares atentos da multidão. Conduzido pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, a cerimônia do “Descendimento da Cruz” trouxe reflexões embasadas em fatos da atualidade e na temática da violência, trabalhado na Campanha da Fraternidade deste ano.

Dom Gil também falou sobre Dom Célio, que faleceu em janeiro de 2018 após uma batalha contra um câncer. Segundo ele, Dom Célio falava e demostrava que a “cruz era a força de Deus”. A tocante cena foi assistida ao vivo pela TV Aparecida, em rede nacional, e pela TV Campos de Minas, em transmissão regional.

No decorrer da fala, os padres Geraldo Magela e Ramiro Gregório, interpretando José de Arimatéia e Nicodemos, foram retirando a placa, coroa de espinhos e cravos, no comando do pregador. A cena teve seu término com o canto da Verônica: “O Vos Omnes”, procissão e “sepultamento”.

SÁBADO SANTO

Já no último sábado, 31, a Igreja Católica realizou a Vigília Pascal. A celebração, em caráter solene, é considerada “a mãe de todas as vigílias” e recorda a noite santa em que Jesus Cristo passou da morte para a vida.

A celebração inicia-se fora do templo, onde o sacerdote abençoa o fogo e acende uma grande vela chamada de Círio Pascal, que representa Cristo, a luz do mundo. Os fiéis acendem suas velas no Círio e caminham, em procissão, para o interior da igreja, onde se canta a “Proclamação da Páscoa”.

É durante a Vigília que ocorre a benção da água utilizada no batismo e, em alguns lugares, pode ocorrer à cerimônia do sacramento de iniciação cristã.

Com alegria aflorada, a celebração marca o retorno dos tradicionais cânticos de “Aleluia” e “Glória”, privados desde o início da quaresma. Além do som dos sinos, calados na noite da quinta-feira santa.

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

Centenas de fiéis reservaram a manhã deste domingo, 01º, para celebrar a data que marca a ressurreição de Jesus no calendário cristão. Nas paróquias da Diocese, o dia foi marcado por uma festiva programação.

A palavra Páscoa vem do hebreu e significa “passagem”, referência, para os judeus, da passagem pelo Mar Vermelho, para fora do Egito, onde o povo era escravo. Jesus também festejava a Páscoa, como é lembrado na Última Ceia. Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias depois, no domingo logo depois da Páscoa judaica.

Durante o dia houve celebrações de missas e procissões com Jesus Eucarístico. Em alguns lugares a Semana Santa foi encerrada com um momento mariano. Na Catedral do Pilar, por exemplo, padre Álisson Sacramento foi o condutor do sermão, exaltando a Virgem Maria pela gloriosa ressurreição de Cristo. Ao som do “Regina Caeli“ o pároco, padre Geraldo Magela, realizou o rito de retirada das espadas seguida de coroação da imagem.

Para encerrar as solenidades, em muitos lugares foram entoados o “Te Deum laudemus”, hino de ação de Graças.