a noite de sexta-feira, 15, foi de festa na cidade de Prados. Com batuques da congada, aplausos e muita oração, centenas de fiéis acolheram a pequena imagem de Nossa Senhora do Rosário, furtada em setembro de 1980, que retorna para a comunidade. Missa e procissão marcaram a programação festiva.
Esculpida em madeira dourada, no final do século XVIII, e policromada com técnica de esgrafiado, punção e pastilha, a obra, atribuída ao santeiro Manoel João Pereira, a imagem retorna para a capela primitiva onde será venerada no altar mor de uma das capelas da cidade.
Presidida pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, a celebração contou com a presença de autoridades civis e sacerdotes da região. Em sua homilia, dom Gil recordou a figura de Maria e a importância do símbolo na tradição da fé cristã.
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Após a missa os fiéis seguiram em procissão até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, acompanhados do grupo de congado da cidade de Coronel Xavier Chaves. No interior do templo houve homenagens, introdução da imagem no altar mor e benção.
Segundo o administrador diocesano e pároco da cidade, padre Dirceu Medeiros, a comunidade pradense está feliz com a recuperação da obra sacra. “Trata-se de um objeto sagrado destinado a devoção dos fiéis, perincipalmente negros, membros da Irmandade do Rosário. É um objeto de veneração e, portanto, tem uma função religiosa. Olhando para ela nossos pensamentos se elevam a mãe de Jesus, aquela que intercede por nós”, explica.
Além do cunho religioso o resgate da imagem também oferece um ganho para a história da comunidade, além da questão artística. “A Igreja é guardiã das artes sacras, dos bens culturais. Quanta gente já deve ter rezado diante da imagem. Inclusive escravos. Trata-se de um bem artístico de grande valor histórico”, destaca o sacerdote.
A programação terminou sábado, 16, com oração do terço, missa e palestra sobre a história da igreja.