Diocese apoia projetos de fé e valorização cultural na região

A relação entre fé e a valorização cultural muitas vezes andam lado a lado, principalmente ao se tratar de práticas devocionais e tradições religiosas. Como forma de estimular uma crescente valorização por parte da comunidade, projetos como a “Romaria Padroeiras”, do Caminho Religioso da Estrada Real (CRER) e o “Rota Nhá Chica”, proposto pelo SEBRAE, se tornam fortes aliados da Igreja Católica, até mesmo no processo de evangelização.

A fé ajuda a criar a “unidade cultural” própria de cada pessoa, enraizada, muitas vezes, na pluralidade das culturas. Segundo o administrador diocesano, padre Dirceu Medeiros, ações como estas reforçam a identidade do povo caminhante de Deus. “Penso que esses caminhos religiosos são maneiras de fortalecer o vínculo com a fé, com a igreja e a devoção dos santos. O povo de Deus é um povo que caminha. Trabalhos como estes são especiais na evangelização, no despertar da fé, da cultura e da valorização regional”, destaca.

Romaria Padroeiras

Criado em setembro de 2017, o Caminho Religioso da Estrada Real (CRER), foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, sendo o maior Roteiro de Turismo Religioso do Brasil, com mais de mil quilômetros, passando por 38 municípios, sendo 32 mineiros e 06 paulistas, sendo 07 cidades pertencentes ao território diocesano (sem contar os distritos). O CRER é uma experiência religiosa única, com momentos de contemplação, autoconhecimento e espiritualização.

Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Estrada Real (IER) e do SESI, o caminho começa na Serra da Piedade, onde está localizado o Santuário Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, em Caeté/MG e vai até a Basílica Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida/SP ou vice e versa. Por isso o nome “Padroeiras”.

“O caminho tem sempre duas direções. No caso do CRER, existe a direção externa, que viabiliza o processo cultural e econômico dos lugares da rota, valorizando todo o percurso, e o interno, que vem com a proposta de mudança pessoal, estimulando a fé e a devoção religiosa”, explica o gestor de projetos do CRER e membro do Setor de Cultura da CNBB, Josimar Azevedo.

Para tal articulação foi realizado, na tarde de quarta-feira, 18 de julho, mais seminário de sensibilização e promoção do CRER. O evento reuniu sacerdotes, líderes políticos e representantes culturais das cidades da região, que fazem parte da rota do projeto. A partir do dia 21 de agosto, lugares como Carrancas, Caquende, Rio das Mortes, Tiradentes, Prados e São João del-Rei serão visitados por peregrinos em quatro diferentes grupos: à pé, de bicicleta, à cavalo ou com veículos automotores (4×4).

“O caminho não é criado e sim produzido pela experiência humana mais significativa. Quando propomos algo religioso, passamos a tratar com algo sagrado. O CRER passará por um território onde as pessoas já fazem seus caminhos de fé, religiosidade e até antropológico. A vida, em si, é uma caminhada. O que fazemos sempre é peregrinar”, enfatiza Azevedo.

Rota Nhá Chica

Com um objetivo similar e apoiado pelo CRER, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) do Campo das Vertentes promoveu na manhã da última terça-feira, 31, a 1ª Oficina de Integração da Rota Nhá Chica. A ideia do projeto também é estimular a fé e a cultura, mas, agora, no caminho devocional de Nhá Chica, entre o distrito do Rio das Mortes e Baependi, na Diocese da Campanha.

A proposta é que seja realizada mensalmente uma oficina temática, com debates específicos, e que trabalhe as 12 virtudes de Nhá Chica. “O objetivo do Rota Nhá Chica é elevar a fé na beata e propor uma nova experiência aos peregrinos que passem por este trajeto. Afinal, essa devoção, além de aumentar a fé, pode favorecer o desenvolvimento da comunidade local”, conclui o gerente regional do SEBRAE, João Roberto Marques Lobo.

Para o pároco do Rio das Mortes, lugar em que nasceu e foi batizada Francisca de Paula de Jesus, o projeto vem trazer melhorias para a comunidade. “É um projeto bom que oferece melhorias, conhecimento e ampliação da dimensão religiosa, cultural e de tudo aquilo que envolve a peregrinação e o turismo”, destaca padre Sergio França.