O Ministério da Palavra

“Na tradição cristã, o ministério da Palavra é o primeiro ministério, pois é chamado a suscitar a fé e a educá-la (Rm 10,14-15). Em nosso país, são particularmente numerosas as celebrações dominicais da Palavra, presididas por leigos e leigas que se esforçam por desempenhar esta função na fidelidade ao Evangelho e atendendo às orientações da Igreja e do bispo diocesano” (cf. Documento 62 da CNBB nº 160; Diretório para as celebrações dominicais na ausência de presbítero, da Congregação para o Culto Divino, 10/06/1988; Documento 52 da CNBB, de 1994).

“A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como o próprio Corpo do Senhor, não deixando nunca, sobretudo na Sagrada Liturgia, de tomar da mesa quer da Palavra de Deus quer do Corpo de Cristo e distribuir aos fiéis o Pão da Vida” (DV 21). Assim como a Eucaristia, a Palavra também é Pão da Vida. É o próprio Cristo com a sua Vida, tanto na Eucaristia, como na Palavra (cf. Jo 6,35-63). Desse modo, “as celebrações da Palavra de Deus não são uma criação das últimas décadas, mas fazem parte da tradição da Igreja… A finalidade destas celebrações é de assegurar às comunidades cristãs a possibilidade de se reunir no domingo e nas festas, tendo a preocupação de inserir suas reuniões na celebração do ano litúrgico e de relacioná-las com as comunidades que celebram a Eucaristia” (cf. Documento 52 da CNBB, introdução, p. 06).

Na ausência de um presbítero, diácono, cabe a presidência da celebração da Palavra de Deus a alguém dignamente nomeado, todo cristão, homem ou mulher, por força do seu batismo e confirmação, pode assumir legitimamente este serviço (cf. Documento de Aparecida nº 211). Seria então o Ministro Extraordinário da Palavra. Portanto, sejam preparados com uma adequada formação os diáconos, seminaristas e ministros leigos e leigas para exercerem essa tarefa litúrgica de presidir a oração da comunidade cristã.

A função de quem preside a celebração é ajudar o povo a tomar parte de cada ação litúrgica e a viver interiormente o sentido de cada uma delas, não com discurso, mas fazendo bem e colocando alma naquilo que faz. Cada um dos gestos e palavras, tom de voz e atitude de quem preside a celebração da Palavra devem revelar a ternura do Espírito, de quem recebeu o dom para atuar na assembleia de irmãos. É assumir espiritualmente a atitude de Jesus que veio para servir e não para ser servido (Mc 10,45).

Sua tarefa é ser mediador das relações entre Deus e seu povo reunido para celebrar a fé, e articulador entre os ministérios e a comunidade celebrante, fazendo das pessoas reunidas uma assembleia, uma comunidade ativa e participante, um povo que exerce o seu sacerdócio batismal (1Pd 2,9).

Desse modo, “o papel principal de quem preside é manter viva a relação dialogal entre Deus e a comunidade celebrante, entre os ministérios e a comunidade, entre os vários ministérios entre si” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 60).

“Quem preside assume a função de coordenar a celebração. Realiza os ritos próprios da presidência: saudação inicial (sinal da cruz, saudação bíblica e etc); proclamação do evangelho e homilia, e convite às preces; proclamação da ação de graças ou da louvação; convite ao Pai nosso e à comunhão; oração final e bênção” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 60).

Como vimos, o Ministério da Palavra é uma linda missão que se difere dos outros ministérios no sentido de aproximar a comunidade mais e mais de Jesus. Por isso é necessário que haja vestes adequadas dignas, que se diferem das vestes dos outros ministérios, haja formação bíblica, litúrgica, catequética, acima de tudo disposição missionária e um entrosamento com as equipes litúrgicas na organização da Celebração da Palavra de Deus.

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