Solenidade da Transfiguração do Senhor

Ev Mt 17, 1-9

“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o”

Na celebração da Transfiguração do Senhor Jesus diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João estamos diante de um dos acontecimentos mais importantes da vida de Jesus. Ele se transfigura, mostrando-se como Deus e cumpridor das promessas messiânicas preditas ao Povo de Israel pelos Profetas, representados por Moisés e Elias. Este relato está presente nos três evangelhos sinóticos. Este acontecimento é como que uma antecipação dos sofrimentos pelos quais Jesus deveria passar: a prisão, a condenação injusta e a morte de cruz. Ele é o Messias transfigurado, glorioso e vitorioso. E se vê confirmado em sua dignidade de Filho de Deus pela própria proclamação do Pai: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o”. 

A Palavra de Deus desta solenidade nos apresenta ainda um texto de Daniel e outro da 2ª carta de Pedro, onde Daniel narra uma de suas visões apocalípticas e Pedro dá o seu testemunho sobre o acontecido. E estas experiências foram repassadas a nós. Nosso Deus se deixa manifestar com esplendor e beleza que nenhuma outra divindade é capaz de possuir. O Filho do Homem, Jesus, manteve-se fiel ao plano de amor do Pai e Ele merece toda a honra, a glória e o poder, manifestados na visão de Daniel e no testemunho de Pedro.

Pela grandiosidade do acontecido os discípulos manifestaram medo, porém são tranquilizados pelo próprio Jesus, que os convida a se levantar e a não terem medo. A Transfiguração do Senhor pode ser uma experiência vivida também por nós cristãos em cada momento que nos empenhamos em vivenciar os mistérios da vida de Jesus Cristo. Isto pode se dar na celebração da Eucaristia ou em momentos profundos de nosso encontro com o Senhor nas orações,  na leitura orante da Palavra de Deus, na abertura do nosso coração em acolher a pessoa de Jesus que nos interpela de diversas maneiras. Ele nos ordena que, por nosso seguimento a Ele, devemos hoje fazer a transfiguração do mundo em que vivemos. Tornar o mundo mais divino, diferente, não permitindo que o egoísmo, o ateísmo, o materialismo dominem sobre nós. Neste primeiro domingo do mês de agosto, que é o mês vocacional, rezemos pelos nossos padres.

D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano.