12º Domingo do Tempo Comum

Mt 10, 26-33

“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir alma e o corpo no inferno!”

(Mt 10, 28).

O texto do evangelho deste domingo traz uma advertência aos seguidores de Jesus sobre possíveis sofrimentos que poderão passar por causa d’Ele. Assim como Jesus foi perseguido e morto, também poderão ser perseguidos e mortos os que se mantiverem fiéis aos ensinamentos e à prática de vida de Jesus. Já os Profetas, escolhidos por Deus para acompanharem o povo de Israel, igualmente foram perseguidos, como o relato do Profeta Jeremias na primeira leitura. A perseguição atinge os justos por serem pessoas que agem corretamente e de acordo com os ensinamentos de Deus. É Jesus quem diz nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados vós quando vos insultarem e vos perseguirem por causa de mim e do Evangelho”(Mt 5, 11).

Quando nos declaramos a favor de Jesus, estaremos superando o medo. Já no início do cristianismo os cristãos foram perseguidos e martirizados. No Império Romano os seguidores de Jesus foram levados aos tribunais e não vacilaram em testemunhar a sua fé. De certa forma, o relato das perseguições marca um dos períodos mais gloriosos do Cristianismo, em que os cristãos se ligam, misticamente, ao sacrifício de Jesus, colocando em prática o dizer de São Paulo: “Completo o que falta às tribulações de Cristo em minha carne”(Col 1,24) Sendo assim, “muitas vezes foi também semente o sangue dos cristãos. A partir deste testemunho é que a Igreja se firmou e atravessou a história.

Situando-nos no contexto em que hoje vivemos, sabemos que há muitas realidades hostis à Igreja e à pessoa de Jesus. O mundo secularizado e relativista não se sente bem em ouvir falar sobre Jesus e seus ensinamentos. Mesmo em situações que aparentemente se apresentam como que favoráveis à pessoa de Jesus Cristo, há oposição à sua doutrina e aos seus seguidores. Que isso, porém não nos leve ao desânimo ou ao medo, mas seja incentivo à uma vivência mais sincera e autêntica dos valores cristãos, éticos e morais.

Dom Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano