17º Domingo do Tempo Comum

Lc 11,1-13

Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá.

O evangelho do 17º domingo do Tempo Comum é retirado de Lc 11, 1-13 e narra o momento em que Jesus ensina os discípulos a rezar. O evangelho de S. Lucas é o evangelho do caminho. Jesus caminha rumo a Jerusalém e durante o percurso é perguntado sobre a oração. O evangelista Lucas nessa perícope reúne alguns ensinamentos de Jesus sobre o tema da oração dos discípulos.

Antes de adentrar ao tema da perícope é necessário destacar um aspecto característico de Jesus: a oração. O evangelista Lucas relata Jesus orando em momentos importantes. Não se pode negar que a oração de Jesus influenciou o modo como seus seguidores rezam, não com fórmulas prontas, mas o seu estilo e atitude espiritual.

Nos versículos de 1-4 Cristo apresenta a oração do Pai-nosso. A invocação inicial Pai,  indica uma oração típica de Jesus, que se dirige a Deus com confiança e liberdade com o termo familiar Abbá.  Jesus ao aconselhar os seus discípulos a chamarem a Deus da mesma forma, os admite à comunhão que existe entre Ele e Deus. Os discípulos podem chamar Deus de pai por que, ao se identificarem com Jesus eles estabelecem uma relação íntima com Deus. Uma relação de comunhão, de intimidade, de familiaridade que unem Jesus e o Pai. Tornam-se, portanto, “filhos de Deus”.

A segunda série de pedidos diz respeito ao pão. A existência humana está sob o signo da precariedade e necessidade; a necessidade de alimentos para a subsistência é algo patente. Nesta oração os discípulos reconhecem que o Pai é aquele que garante a seus filhos o necessário para sobreviver, por isso, não pede acumulação.

Um outro pedido diz respeito a uma outra necessidade do ser humano: o perdão dos pecados. É importante destacar que o pedido de perdão divino é mediado pelo perdão fraterno entre os homens. Por fim, o terceiro pedido expressa a consciência da precariedade humana que está exposta ao risco de aderir ao mal.

Nos versículos de 5-13 Jesus apresenta duas parábolas. A primeira destaca a atitude do amigo que foi importunado, para mostrar a necessidade de perseverar na oração (cf. vv. 5-8) e confiar que Deus é mais disponível que o amigo. Na segunda parábola, Jesus afirma que o Pai é muito melhor que qualquer pai terrestre (cf. vv. 11-13).

Para concluir é importante dizer que a oração não é um feitiço, muito menos uma mágica para dobrar o desejo de Deus ao meu desejo humano. A oração é uma total abertura a Deus, à liberdade criadora que encontra no Espírito a sua fonte e estímulo permanente.

Referências

FABRIS, R.; MAGGIONI B. Os Evangelhos II. Loyola: São Paulo, 1995.

SILVANO, Zuleica Ap. Senhor ensina-nos a rezar. Vida Pastoral, São Paulo, nº 328, p. 46-50, julho-agosto de 2019.

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