1º Domingo da Quaresma

Lc 4,1-13

“Não só de pão vive o homem”

Iniciamos com a quarta-feira de cinzas o Tempo da Quaresma. O rico conteúdo da quaresma é determinado pela sua finalidade: a Páscoa. Os textos bíblicos das celebrações ao longo desse tempo nos ajudam a entender essa dinâmica.

Neste ano de 2019 estamos no Ano C do Lecionário dominical e os evangelhos do tempo da quaresma para esse ano são retirados de Lucas. Os textos colocam em destaque a misericórdia de Deus. Nesse período somos convidados pela liturgia a acolher essa misericórdia.

No evangelho do 1º domingo da quaresma lemos o evangelho de Lc 4,1-13. O relato evangélico narra a tentação de Jesus no deserto. Essa passagem não é um relato jornalístico ou biográfico de Jesus, o intuito do evangelista é ensinar-nos que Jesus, como nós, sentiu-se tentado. Ele também sentiu a tentação de prescindir de Deus e de seguir um caminho humano de êxitos, de aplausos, de poder e de riqueza; no entanto, Ele soube dizer não a todas essas propostas que O afastavam do projeto do Pai.

O relato bíblico fala de três tentações sofridas por Jesus. A primeira tentação nos diz que Jesus poderia ter optado por uma vida de facilidades e riquezas, usando da sua divindade para resolver qualquer problema material. Mas Jesus sabia que o caminho do Pai não passa pela acumulação egoísta de bens.

A segunda tentação diz que Jesus poderia ter escolhido uma vida de poder, porém Jesus sabe que só o Pai é o Senhor e que não se deve adorar a mais ninguém. A terceira tentação diz que Jesus poderia ter optado por um caminho no qual ele usaria da sua divindade para mostrar o seu poder por meio de gestos espetaculares e por causa destes gestos ser admirado por muitos. Jesus responde a esta proposta ao dizer a proibição: “não tentar” o Senhor Deus.

Ao ler o episódio das tentações vemos Jesus posto diante de dois caminhos: o do diabo e o de Deus. O projeto diabólico quer que Jesus se apresente ao mundo como um messias triunfalista, enquanto que, o projeto do Pai é de obediência e de serviço a humanidade, uma proposta que não é compatível com o triunfalismo da primeira proposta. Que nessa quaresma possamos seguir o exemplo de Jesus que não se deixou levar pela tentação e optou por seguir a vontade do Pai.