Mc 9,30-37

“Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”

No 25° domingo do Tempo Comum lemos o excerto evangélico de Mc 9,30-37. O texto pode ser dividido em duas partes. Na primeira, Jesus anuncia a sua paixão, em Jerusalém; na segunda, Jesus ensina aos discípulos a lógica do Reino: o maior, é aquele que serve.

Na primeira parte do Evangelho (vv. 30-32) Jesus reforça aquilo que já havia anunciado no evangelho do domingo passado: como se dará a sua paixão. Os discípulos não aceitavam um Messias sofredor, pois o Messias esperado seria poderoso e iria libertar Israel do jugo Romano. A repetição de um ensinamento é sinal da sua importância e, ao mesmo tempo, da dificuldade de compreensão das pessoas, como se verificava nos discípulos. Os apóstolos não compreendiam nem tinham coragem de perguntar, preferindo conversar entre si sobre as próprias aspirações.

A segunda parte (vv. 33-37) os discípulos discutem pelo caminho quem era o maior e por isso recebem uma exortação do Senhor. Os discípulos discutiam quem era o maior pelo fato de que a mentalidade judaica dava importância ao lugar ocupado. Jesus ensina os apóstolos que na sua comunidade não há uma cadeia de grandeza. Na comunidade de Jesus, só é grande aquele que é capaz de servir e dar a vida aos seus irmãos.

Para exemplificar a questão Jesus coloca uma criança no centro. Na sociedade judaica de então, as crianças não tinham direitos e não contavam do ponto de vista legal. A criança é símbolo dos pequeninos e dos indefesos. Com esse exemplo concreto, Cristo aponta para os discípulos de todos os tempos quem tem prioridade no Reino de Deus: todas as pessoas vulneráveis representadas pela criança. Acolher essas pessoas é acolher a ele mesmo e ao Pai, que o enviou.