27º Domingo do Tempo Comum

30/09/2022

Lc 17,5-10

“Aumenta a nossa fé!”

Lemos no 27º Domingo do Tempo Comum o evangelho de Lc 17,5-10. Continuamos a ler a parte do evangelho de Lucas que narra o caminho de Jesus até Jerusalém. Nas perícope anteriores Jesus tinha avisado os discípulos das dificuldades a serem enfrentadas por causa do Reino de Deus. Jesus disse aos discípulos que entrar no “Reino” é “entrar pela porta estreita” – Lc 13,24; convidou-os à humildade e à gratuidade – cf. Lc 14,7-14; avisou que é preciso amar mais o “Reino” do que a própria família, os próprios interesses ou os próprios bens – cf. Lc 14,26-33; exigiu deles o perdão como atitude permanente – cf. Lc 17,5-6); agora, são os discípulos que, preocupados com a exigência do “Reino”, pedem mais “fé”. O que os discípulos que estão a caminho precisam mais do que tudo e uma fé crescente no Deus de Jesus Cristo, o qual pode e vai resgatá-los das forças de oposição e outras forças destrutivas.

Nos versículos 5-6 vemos os apóstolos pedirem a Jesus que aumente a fé deles. É necessário recordar que, no sentido bíblico, fé é adesão; neste caso adesão a Jesus Cristo e, por consequência, a tudo o que ele ensinou. Os discípulos têm consciência de que essa adesão não é fácil, pois exige um compromisso radical, a superação da fragilidade, a coragem de abandonar o comodismo e o egoísmo para seguir um caminho de exigente. Pedir a Jesus que aumente a fé significa pedir a ele que aumente a coragem de optar pelo Reino de Deus.

Jesus usa de uma analogia para mostrar os discípulos o resultado de uma fé consistente. Jesus fala de uma ordem dada a uma amoreira para se arrancar da terra e ir plantar-se a ela própria no mar. Uma arvore relativamente grande, com um sistema de raízes amplo. Seria difícil não só arrancar esta arvore, mas também faze-la crescer na água. A fé genuína pode produzir as coisas mais inesperadas.

Nos versículos de 7-10 o evangelista mostra como o verdadeiro discípulo de Cristo deve se comportar diante de Deus. Na teologia dos fariseus bastava cumprir a lei para ser salvo, neste sentido a salvação é apenas por mérito humano. A resposta de Jesus coloca as coisas em uma perspectiva diferente. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que cumpre os seus deveres, mas isso não lhe dá o direito de reivindicar a graça de Deus. Esta continua sendo sempre um dom.