Mc 10,35-45
“QUEM QUISER SER O PRIMEIRO, SEJA O ESCRAVO DE TODOS. PORQUE O FILHO DO HOMEM NÃO VEIO PARA SER SERVIDO, MAS PARA SERVIR E DAR A SUA VIDA COMO RESGATE PARA MUITOS”
O evangelho deste domingo continua a narrar a caminhada de Jesus até Jerusalém. No caminho Jesus é interpelado por dois dos seus discípulos Tiago e de João, os filhos de Zebedeu, que pedem a Jesus para se sentarem “um à direita e outro à esquerda” de Jesus.
Certamente Tiago e João imaginam o Reino que Jesus veio propor de acordo com o livro de Daniel e querem assegurar lugar de destaque em um Reino poderoso. O episódio mostra como Tiago e João, ainda não entenderam nada da lógica do Reino de Deus e ainda continuam a pensar de acordo com a lógica do mundo. Para eles, o que é importante é a realização dos seus sonhos pessoais de autoridade, de poder e de grandeza.
Jesus avisa os discípulos de que, para se sentarem junto Dele, devem estar dispostos a “beber o cálice” que Ele vai beber e a “receber o batismo” que Ele vai receber. O cálice indica o destino de uma pessoa, neste caso, beber o mesmo cálice de Jesus significa partilhar esse destino de entrega que Jesus vai cumprir.
A expressão “receber o mesmo batismo” evoca a participação e imersão na paixão e morte de Jesus. Desta maneira, os discípulos devem estar dispostos a percorrer, com Jesus, o caminho do sofrimento, da entrega, do dom da vida até à morte. Apesar de Tiago e João manifestarem, com toda a sinceridade, a sua disponibilidade para percorrer o caminho do dom da vida, Jesus não lhes garante uma resposta positiva à sua pretensão
Os outros discípulos reagem as pretensões de Tiago e João. A reação indica que todos eles tinham as mesmas pretensões. Diante disso Jesus afirma que a lógica do Reino de Deus é baseada no serviço.
A frase “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida.” (Mc 10,45) resume a missão de Jesus. Desde o primeiro instante, Ele recusou as tentações da ambição, do poder, da grandeza, dos aplausos das multidões; desde o primeiro instante, Ele fez da sua vida um serviço a humanidade. O ponto culminante dessa vida de doação e de serviço foi a morte na cruz. Os discípulos são chamados a fazer o mesmo.