30º Domingo do Tempo Comum

Lc 18,9-14

 “Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”

Lemos no 30º Domingo do Tempo Comum o evangelho de Lc 18,9-14. Jesus está a caminho de Jerusalém. Esta caminhada teve início no capítulo 9 de Lucas e durante os domingos deste ano estamos lendo os acontecimentos dessa viagem, contudo esta não é uma viagem qualquer. É ocasião para a realização de muitos milagres e muitos ensinamentos. O evangelho deste domingo é a continuação do evangelho do domingo passado e estamos a falar sobre o tema da oração.

Jesus conta uma parábola, na qual os personagens principais são: um fariseu e um publicano. Os Fariseus são um grupo de pessoas que buscavam viver a Torah (a lei) seja ela escrita ou falada. Podemos compara-los aos leigos consagrados na Igreja atual, pois não eram sacerdotes, mas buscavam viver a lei de Moisés e esforçavam-se por ensinar a Lei ao Povo: só assim – pensavam eles – o Povo chegaria a ser santo e o Messias poderia vir trazer a salvação a Israel. Tratava-se de um grupo sério, verdadeiramente empenhado na santificação do Povo de Deus. No entanto, o seu fundamentalismo em relação à “Torah” será, várias vezes, criticado por Jesus.

Os publicanos eram pessoas que estavam ligados à cobrança dos impostos. Um publicano cobrava impostos para Roma e usavam de seu cargo para enriquecer de modo injusto, por esses dois motivos eram malquistos pela sociedade judaica.

Na parábola Jesus apresenta estes dois personagens: o fariseu, modelo de homem perante a lei e o publicano, modelo de homem pecador. Fariseu pensa que a salvação só depende de seu esforço pessoal de cumprir a lei, é modelo de pessoa autossuficiente. Para ele, a salvação não é um dom de Deus, mas uma conquista do homem; se o homem levar uma vida irrepreensível, Deus não terá outro remédio senão salvá-lo. Sua oração é reflexo desse modo de pensar.

O publicano, em sua oração, demonstra colocar a sua confiança em Deus e não em seus próprios méritos. Ele se apresenta diante de Deus de mãos vazias e pede que o Senhor tenha compaixão dele que é pecador. Deus derrama sobre o publicano pecador a sua graça e o salva. Salva, porque ele não tem o coração autossuficiente e está disposto a aceitar a salvação que Deus quer oferecer a todo ser humano.

Esta parábola, destinada a “alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros”, sugere que aqueles que se presumem ser justos estão, às vezes, muito longe de Deus e da salvação.