5º Domingo da Quaresma

Jo 12,20-33

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto.

Chegamos ao 5º Domingo da Quaresma. Com essa celebração iniciamos a chamada Semana das Dores. O Evangelho deste domingo é retirado de Jo12,20-33. Este evangelho está inserido no contexto da estada de Jesus em Jerusalém. Antes desse episódio Jesus entrou solenemente em Jerusalém, depois de ter sido aclamado pelas multidões como o Rei-Messias.

As pessoas colheram ramos de palma e saíram ao encontro de Jesus um gesto que está ligado à Festa das Cabanas, a festa que celebrava o tempo em que os israelitas viveram em tendas, ao longo da caminhada pelo deserto, após a libertação do Egito.Nosso evangelista quer com essa associação afirmar que chegou o momento da verdadeira libertação.

A perícope começa falando de gregos que estão em “Jerusalém para adorar”, mas acabam querendo encontrar com Jesus. Os gregos são classificados como não-judeus, ou prosélitos (pagãos convertidos ao Judaísmo) e note bem que esses pagãos estão indo ao templo e descobrem Jesus e, depois disso, põem-se no caminho de seu seguimento. Jesus substitui o templo e desvia o itinerário da multidão. Chegam até ele as ovelhas que não são do recinto de Israel, destacando o caráter universal da salvação que Jesus veio trazer.

O discurso de Jesus tem em vista a proximidade da cruz que é expressa na palavra “a hora”. Ele está consciente de que vai sofrer uma morte violenta, e de que será abandonado. Paradoxalmente, Ele está consciente, também, que nessa cruz se manifestará a “glória” do Filho do Homem.

Para expressar melhor a questão, Jesus faz uma comparação com o grão que morre para frutificar. Nessa comparação a morte écompreendida como a condição para que se libere todo potencial que a semente contém para gerar vida nova. O fruto só pode surgir quando o grão morre. Ao aplicar essa comparação na atividade evangélica, Jesus quer dizer que a missão entre os pagãos só terá efeito na medida em que os cristãos souberem colocar em prática o amor oblativo.

Com a morte de Jesus na cruz, os discípulos aprendem o amor até ao extremo, o dom total da vida, a entrega radical aos projetos de Deus e à salvação dos irmãos.