Ev Mt 5, 17-37
“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus”.
(Mt 5, 20)
A observância da Lei de Deus é muito querida ao Povo de Israel. Todos os preceitos e normas eram conhecidos e observados integralmente. Mas Jesus Cristo quis mostrar a seu povo, com seu ensinamento, a necessidade de que a observância da Lei atingisse a vida das pessoas e que a Lei não fosse um conjunto opressivo de mandamentos, mas sinal de vida.
A Primeira Leitura tirada do Livro do Eclesiástico nos ensina que diante do homem há um caminho de vida e morte, bem e mal. O caminho da vida é marcado pela vivência dos mandamentos de Deus, pautados no amor. Já o caminho da morte é marcado pelo pecado, pelos vícios e pela corrupção resultando num “cristianismo de aparência”.
Na Segunda Leitura, Paulo destaca que a sabedoria que vem de Deus passa pela cruz, pois somente quem se despoja de sua própria vida será capaz de reconhecer a sabedoria de Deus, que é Jesus Cristo crucificado. Assim, o ser humano, livre no Senhor, traz consigo a sabedoria divina que o orienta na escolha pelo caminho da vida.
No Evangelho, Jesus não vem abolir a Lei e os Profetas, mas impelir as pessoas a cumprir os preceitos com amor e fidelidade a Deus. Era necessária uma fidelidade mais radical, que levasse a pessoa a convicções mais profundas. Não dá para ficar “em cima do murro” quando se trata da propagação do Reino de Deus. Ou professo a fé em Cristo e com Ele me comprometo em busca de um mundo novo, ou não acredito Nele. O que não é possível é acreditar mais ou menos, “…seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não…”. O cristão não deve ser como os escribas e fariseus que observavam a Lei com critérios muito legalistas; ao contrário, devem usar o Amor como justiça. Por isso, lembra São Leão Magno: “Esta superioridade de nossa virtude há de consistir em que a misericórdia triunfe sobre o juízo”.
“Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, e de todo o coração a guardarei” (Sl 118)
Texto: Dom Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano
Revisão: Padre Vinícius Idefonso Campos