8º Domingo do Tempo Comum

Lc 6,39-45

TODA ÁRVORE É RECONHECIDA PELOS SEUS FRUTOS. 

No 8º Domingo do tempo comum continuamos a ler o discurso da planície de Lucas. O discurso de Jesus gira em torno de duas questões a guia de um cego e a correção por parte de quem tem uma trave no olho. A primeira questão era inicialmente uma crítica aos Fariseus, os guias espirituais que desencaminhavam o povo.

A segunda comparação condena aquele que pretende ser o juiz do seu irmão. Existe na comunidade cristã pessoas que se consideram superioras, que não reparam nos seus telhados de vidro quando criticam os irmãos. Estas pessoas apresentam-se muito seguros de si, às vezes com atitudes de autoridade, de orgulho e de prepotência e são incapazes de aplicar a si próprios os mesmos critérios de exigência que aplicam aos outros.

O evangelista Lucas apresenta o critério para discernir quem é o verdadeiro discípulo de Jesus: é aquele que dá bons frutos (vers. 43-45). Dá bons frutos quem tem o coração cheio da mensagem de Jesus e a anuncia fielmente. Esta mensagem gera frutos de amor.

Esses são (a palavra é dura, mas não a podemos “branquear”) “hipócritas”: o termo não designa só o homem dissimulado, falso, cujos atos não correspondem ao seu pensamento e às suas palavras, mas equivale ao termo aramaico “hanefa” que, no Antigo Testamento, significa, ordinariamente, “perverso”, “ímpio”. Pode o verdadeiro discípulo de Jesus ser “perverso” e “ímpio”?

Na comunidade de Jesus não há lugar para esses “juízes”, intolerantes e intransigentes, que estão sempre à procura da mais pequena falha dos outros para condenar, mas que não estão preocupados com os erros e as falhas – às vezes bem mais graves – que eles próprios cometem. Quem não está numa permanente atitude de conversão e de transformação de si próprio não tem qualquer autoridade para criticar os irmãos.