Desde as primeiras horas do dia já havia manifestação de fiéis no Largo das Mercês, nos arredores do pequeno templo localizado em um dos pontos altos de São João del-Rei, tudo para homenagear a Virgem Maria, Senhora das Mercês. Promovida pela mesa administrativa da Arquiconfraria de Nossa Senhora das Mercês, o dia maior da festa, este ano, contou com 6 celebrações de missas, procissão e muitas homenagens e teve como tema central “Peregrinos de Esperança: Nossa Senhora das Mercês, estrela de Esperança”, em sintonia com o papa Francisco que decretou 2024 como “Ano da Oração” em preparação ao Jubileu de 2025.
Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra mercê possui diversos significados. Um deles diz que mercê é um favor, um benefício, podendo associar a Maria, que doa benefícios aos seus filhos, devotos. Outro significado já se remete a disposição que Maria de coloca diante de seus filhos, principalmente, na intenção de aproxima-los de Jesus Cristo.
Pela tradição, a Virgem Maria apareceu a São Pedro Nolasco, em Barcelona, dando-lhe a missão de libertar os cristãos cativos, transformando o trabalho que já fazia numa ordem religiosa que se espalhou por todo o mundo. A ordem chegou em São João del-Rei em 1740 e se intensificou no início do século XX, com a chegada da congregação para o serviço de saúde no Hospital Nossa Senhora das Mercês.
Até hoje a devoção ao título mariano é presente na vida dos são-joanenses que não economizam esforçou para participar da programação festiva. Na parte da manhã, o bispo de São João del-Rei, Dom José Eudes Campos do Nascimento, presidiu a Missa Solene. “Como é bonito, nessas terras são-joanenses, percebemos essa religiosidade tão bonita, estampada da vida do nosso povo e que mexe com aqueles que por aqui passam. Percebemos essa devoção, a religiosidade e participação bonita do nosso povo que, com tanto carinho, preparam nossas festividades. Aqui, do alto da cidade, a Virgem das Mercês nos olha, abençoa, ampara e protege”, pontua o bispo.
Após a última missa do dia, presidida por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger – scj, Arcebispo emérito da Arquidiocese de Salvador, e abrilhantada pelo Coro da Associação dos Coroinhas de Dom Bosco, os fiéis partiram em procissão pelas ruas do centro histórico. Durante o trajeto, muitas orações, súplicas e agradecimentos a Mãe de Deus, além de chuvas de pétalas de rosas. Em frente a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, um momento de grande emoção. Crianças, de branco, entoaram a canção “Louvemos a Virgem” e outras canções marianas em homenagem a Nossa Senhora. A apresentação foi organizada pelo Conservatório de Música Padre José Maria Xavier e já adentra como tradição durante o cortejo. Em frente o Hospital, outra homenagem.
Como nos demais anos, Monsenhor Geraldo Magela da Silva ficou responsável por acolher os fiéis que se aglomeravam próximo a escadaria. “Nós não cansamos de louva-la e clama-la como Bem-Aventurada. Ela sempre nos abraça, nos conforta, e está sempre rezando por nós. Quando não temos forças para rezar, ela reza por nós, além de gritar forte em nosso coração a necessidade de se viver o Evangelho e amor à seu filho, Cristo Jesus. Que Nossa Senhora nos ajude a vencer as barreira e a crescer na fraternidade social, na caridade para com os outros”.
O momento foi seguido por um verdadeiro espetáculo de fé que ocupou toda a escadaria da pequena igreja, ao som da “Marcha das Mercês”, composta por Luiz Baptista Lopes, artista da segunda metade do século XIX e início do XX. Já no interior da igreja, houve benção do Santíssimo Sacramento e o canto do Te Deum Laudamus.
A festa tem seu desfecho nesta quarta-feira, 25, com a pequena procissão em honra a Nossa Senhora do Bom Parto e benção das gestantes.









































