Domingo é marcado por caminhada e missa na Serra do Lenheiro

A Paróquia São Francisco de Assis, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Município de São João del-Rei realizou no último domingo, 24, a Caminhada da Criação. O evento teve início pela manhã, em frente a Igreja São Francisco de Assis, no centro histórico, e seguiu até a Serra do Lenheiro, onde o bispo diocesano, Dom José Eudes Campos do Nascimento, presidiu a celebração da “Missa pelo Cuidado da Criação”.

Com o tema “Semeando Esperança: Cuidar da Criação é cuidar do Futuro”, o evento buscou refletir a importância de cuidar e preservar a criação, além de celebrar os 800 anos do “Cântico das Criaturas”, também conhecido como “Cântico do Irmão Sol”, composto por São Francisco de Assis em 1225, e os 10 anos da publicação da Encíclica ‘Laudato Si’, um marco do pontificado do Papa Francisco que propõe uma visão ampla e urgente sobre o cuidado com a Casa Comum. A data reafirma o compromisso da Igreja com a Ecologia Integral e a justiça socioambiental.

Tendo com cenário a beleza da Serra do Lenheiro, único patrimônio natural tombado de São João del-Rei, o evento instigou a fé através da natureza, criação divina. Localizada à noroeste de São João del Rei, a Serra do Lenheiro é uma enorme formação de quartzito formada por blocos gigantescos, os Pontões, onde cada contraforte esconde vales e muitas nascentes. Geograficamente, ela é a continuação da Serra de São José. Com altitude máxima de 1.218 metros, ela é uma formação cuja origem remonta a 1,6 bilhões de anos. O espaço é responsável pela nascente de praticamente todos os córregos, riachos e ribeirões que atravessam a cidade, incluindo o Córrego do Lenheiro. As igrejas e pontes da cidade foram construídas com pedras retiradas da Serra do Lenheiro, principalmente o quartzito, a pedra mais clara que está na estrutura das igrejas, como na Catedral Brasília de Nossa Senhora do Pilar.

A “Missa pelo Cuidado da Criação” é um novo rito litúrgico aprovado pelo Papa Leão XIV, que permite aos padres rezarem pela proteção do meio ambiente e pela conversão dos fiéis em relação ao cuidado da “casa comum”. No Decreto do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos – aprovado por Leão XIV e datado de 8 de junho de 2025, Solenidade de Pentecostes – enfatiza-se que “o mistério da criação”, “sinal da benevolência” do Senhor, “como um tesouro precioso, deve ser amado, protegido e, ao mesmo tempo, promovido, bem como transmitido de geração em geração”. Em vez disso, “neste tempo, parece evidente que a obra da criação está seriamente ameaçada pelo uso irresponsável e pelo abuso ​​dos bens que Deus confiou aos nossos cuidados”.

Além do bispo, o evento contou com a presença de freis, postulantes, representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, paroquianos e demais adeptos da caminhada.