Batismo do Senhor

Mc 1,7-11

“Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”

Com a festa do Batismo do Senhor a igreja encerra o ciclo do Natal e tem início o Tempo Comum. A liturgia do Tempo Comum é marcada pelos evangelhos que narram a atividade missionária de Jesus que passou fazendo o bem e anunciava o Reino de Deus.

O Evangelho deste domingo é retirado de Mc 1,7-11 e apresenta o encontro entre Jesus e João Baptista, nas margens do rio Jordão. Na circunstância, Jesus foi batizado por João.

João Batista é um líder carismático que atraia multidões em torno de si. A sua mensagem estava centrada na urgência da conversão e incluía um rito de purificação pela água conhecido como batismo.

O batismo realizado por João não era uma novidade. O judaísmo conhecia ritos diversos de imersão na água, sempre ligados a contextos de purificação ou de mudança de vida. Era, inclusive, um rito usado na integração dos prosélitos (os pagãos que aderiam ao judaísmo) na comunidade do Povo de Deus.

Como disse anteriormente João era um líder carismático e provavelmente mais conhecido que Jesus. Na ocasião, João afirma que Jesus é “Aquele que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias” e como “Aquele que vai batizar com Espírito Santo”.

O testemunho de João irá ser confirmado pelo testemunho do próprio Deus. Na cena do batismo, Marcos faz referência a uma voz vinda do céu que apresenta Jesus como “o meu Filho muito amado”. O testemunho divino é acompanhado por 3 elementos interessantes que nos remete ao Antigo Testamento.

  • Os céus abertos significam a união da terra e do céu. Para compreendermos essa expressão, devemos nos reportar a uma oração que está no livro do profeta Isaías. O autor roga a Deus que rasgue os céus e desça (Is 64,1). Essa oração pede a Deus que rompa a distância e se aproxime da humanidade. Desta forma, o evangelista claramente pretende indicar que, no batismo de Jesus, Deus responde à oração do livro de Isaías.
  • O símbolo da Pomba: O evangelista também afirma que o Espírito desceu sobre Jesus como pomba. O Espírito não é uma pomba. Ele é invisível como o vento e pode ser representado por vários símbolos. A menção à presença do Espírito “como uma pomba” pretende simplesmente nos ajudar a visualizar sua descida, já que o ponto principal desse trecho do Evangelho de Marcos é a afirmação de que o
  • A voz de Deus que diz “Tu és meu Filho amado”. Essa voz declara que Jesus é o Filho de Deus; e usa uma fórmula tomada do cântico do “Servo de Iahwéh” que vimos na primeira leitura da missa (cf. Is 42,1) Afirma-se, de forma clara, que Jesus é o Filho de Deus

A cena do batismo de Jesus revela portanto, essencialmente, que Jesus é o Filho de Deus, que o Pai envia ao mundo a fim de cumprir um projeto de salvação em favor da humanidade.

Referencias:

www.dehonianos.org

ANDRADE, Aíla L. Pinheiro de, in: Vida Pastoral janeiro-fevereiro de 2021 – ano 62 – número 337 – pág.: 41-45