Bispo preside missa e dedicação do novo altar na Matriz de Sant’Ana, em Lavras

A comunidade paroquial de Sant’Ana, da cidade de Lavras, viveu um momento único nesta terça-feira, 02 de dezembro: a consagração definitiva da Matriz e de seu altar ao culto de Deus, um rito raro, profundo e cheio de beleza espiritual. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, Dom José Eudes Campos do Nascimento, e concelebrada pelo pároco, Padre Túlio Marcos Ribeiro Correa, SCJ, e os vigários paroquiais: Padre Renato Kunhen SCJ; Padre Maurício Messias Leão, SCJ e Padre Bruno Garcia André, SCJ.

O clima era de festa pelos arredores da matriz. Com igreja repleta, uma missa nada convencional. Para muitos, era a primeira vez que acompanhava o rito de dedicação do altar. “Tenho certeza que a maioria está participando pela primeira vez de uma dedicação de um novo altar. Sei que é uma celebração um pouco mais demorada mas de muita riqueza em significados, além de possibilitar grandes aprendizados da nossa Igreja para todos os fiéis”, destaca Dom José Eudes.

O tradicional rito de dedicação do altar teve início com a invocação dos Santos, através do cântico da Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, após a oração de dedicação e consagração, o bispo ungiu o altar com o Santo Óleo do Crisma. Pela unção do crisma o altar torna-se o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” de preferência aos demais e assim é chamado; na verdade, o Pai. O ungiu pelo Espírito Santo e O constituiu o Sumo Sacerdote, para que oferecesse no altar do seu Corpo o sacrifício da vida pela salvação de todos.

Dom José Eudes, ainda, incensou o altar, e terminando o rito, houve o revestimento e iluminação. O incenso é queimado sobre o altar para significar que o sacrifício de Cristo, que aí se perpetua de maneira sacramental, sobe para Deus em odor de suavidade; mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem até ao trono de Deus, por Ele aceites e a Ele agradáveis. A incensação da nave da igreja indica que ela, por meio da dedicação, se torna casa de oração; mas em primeiro lugar incensa-se o povo de Deus, pois ele é o templo vivo, no qual cada fiel é altar espiritual.

Já o revestimento, indica que o altar cristão é a ara do Sacrifício Eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual os sacerdotes e os fiéis, numa mesma e única ação, embora com função diversa, celebram o Memorial da morte e ressurreição de Cristo e comem a Ceia do Senhor. Por isso, o altar é preparado e festivamente ornado como mesa do banquete sacrificial. Isto claramente significa que ele é a mesa do Senhor, da qual todos os fiéis se aproximam com alegria, para se alimentarem do alimento divino, o Corpo e o Sangue de Cristo imolado.

Os ritos da unção, da incensação, do revestimento e da iluminação do altar exprimem, em sinais sensíveis, alguns aspectos daquela obra invisível que o Senhor realiza por meio da Igreja quando ela celebra os divinos mistérios, principalmente a Eucaristia. Destaca-se o altar, que para a Igreja representa o próprio Cristo.

Em hebraico, a palavra altar significa “lugar de matança”. Em grego, significa “lugar de sacrifício”. Em latim, vem de altare, de altus, que significa “plataforma elevada”. Por isso, desde a remota antiguidade, um altar é um lugar elevado ou pedra consagrada, que servia para a celebração de ritos religiosos dirigidos à divindade.

Ao final da celebração, Dom José Eudes recebeu homenagens e descerrou a placa comemorativa, marcando este momento épico na história da comunidade que, em 2025, completa 265 anos.