Diocese festeja os 300 anos do início da construção da Catedral do Pilar

Foi aos pés da imagem de Nossa Senhora do Pilar que a Diocese de São João del-Rei celebrou neste domingo, 12 de setembro, os 300 anos do início da construção do templo religioso. A obra, datada para 1721, foi de iniciativa da Irmandade Santíssimo Sacramento e atraí os olhares de devotos e amantes da arte, já que a estrutura abriga traços do barroco e rococó.

A programação teve início na quinta-feira com um tríduo preparatório e buscou refletir, através das pregações, fatores importantes da história da comunidade. O tema também ganhou uma exposição temporária no Museu de Arte Sacra. Titulado como “Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar: Casa de Deus, Porta do Céu”, o espaço foi aberto ao público na noite de sábado, dia 11.

Já no domingo, 12, os sinos já anunciaram logo cedo que o dia era de festa. Foi ao som do Hino Nacional Brasileiro, entoado pela Banda do 11° Batalhão de Infantaria de Montanha, que a cerimônia solene se deu início. Arcebispo, bispos, padres, seminaristas, autoridades e leigos, todos ali reunidos – e respeitando o distanciamento social e as normas de prevenção devido a pandemia – para reforçar a identidade de fé e celebrar um ponto forte da história.

A celebração foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, e concelebrada pelo bispo de São João del-Rei, Dom José Eudes Campos do Nascimento, e pelo bispo emérito, Dom Waldemar Chaves de Araújo.

Durante a homilia, o arcebispo questionou o motivo de se celebrar os 300 anos da autorização e início da construção da Catedral. Segundo ele, “a construção das igrejas nascem e se tornam pérolas para compreender o que somos, não para se fazer morada de Deus por que ele vai além, mas sim, o que somos e o que devemos ser”.

Especificando a comemoração, Dom Walmor falou sobre a preservação do patrimônio histórico e da riqueza cultural. “Compreendemos que esta igreja como árvore, onde as raízes estão no céu e a copa na terra, que retrata na arte e na beleza sacra aquilo que é a compreensão e testemunho de fé ao longo do tempo, é ser chamada a escola mística que nos enraíza no coração de Deus”.

Ao final, houve entronização da imagem primitiva e um ato de consagração. O ato devocional foi conduzido pelo bispo diocesano Dom José Eudes Campos do Nascimento. “Essa Catedral é para nós a tenda de Deus entre os homens e constitui há um só tempo, ponto de chegada e de partida. De chegada por que muitos vem aqui beber da fonte da salvação e buscar consolação. Ponto de partida uma vez que daqui somos enviados em missão para gerar comunidades eclesiais missionárias, alicerçadas no pilar seguro da palavra de Deus, com as benção e proteções da Virgem Maria”.

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Sem dúvida, um forte momento de alegria e fé. “Que os trezentos anos deste belo monumento de fé se traduzam também na fé de todo o povo de nossa Diocese como sinal de benção e da graça de Deus”, pontuou o padre Lucas Alerson de Sousa nas redes sociais da paróquia.

O mesmo fez a dona Neusa Guimarães que não se absteve em prestar sua homenagem. “Me sinto muito honrada por viver nessa cidade e ter uma igreja linda, maravilhosa como a Catedral do Pilar, nossa querida Matriz”.

A programação seguiu até a noite de domingo, com missa festiva, Solene Canto do Te Deum laudamus e Bênção do Santíssimo Sacramento.