O distrito do Rio das Mortes celebrou neste domingo, 25, o batismo da beata Francisca de Paula de Jesus, popularmente conhecida como Nhá Chica. Há 211 anos, a pequena menina, filha de uma ex-escrava, recebeu na antiga capela de Santo Antônio, os óleos santos do batismo. O Decreto que institui a festa foi assinado por Dom Célio Goulart, então bispo da diocese, pedindo que todo o dia 26 de abril se faça a memória do recebimento sacramental.
As celebrações festivas iniciaram na igreja matriz, com a celebração da Santa Missa. Dom José Eudes Campos do Nascimento, bispo diocesano, presidiu a missa festiva. “Que cada um de nós possamos olhar para Nhá Chica e procurar, no nosso dia a dia, viver seus grandes exemplos, testemunhos e grandes lições de vida que deixou para cada um de nós, por isso. Se não fosse essa pandemia do Coronavirus, essa comunidade estaria repleta de devotos”, destacou o bispo durante a homilia.
Um grande exemplo a ser seguido, como destaca o morador da comunidade e devoto da beata, Willian Carvalho. “Hoje, quando penso na santidade da Beata, vejo que ainda preciso melhorar muito como cristão. O quão difícil é exercer o amor ao próximo, especialmente os que mais precisam. Ela nos ensina com sua vida que a nossa capacidade de sermos santos está na capacidade de amar o próximo. Que possamos viver de forma mais intensa o nosso batismo para assim participarmos da missão salvífica da Igreja de Cristo”.
A programação contou ainda com mais duas missas e a consagração à beata.
Sobre a Nhá Chica
Nascida em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei, a beata foi batizada nessas terras em 1810. Desde que a sua devoção chegou na vida dos moradores de forma mais intensa, no fim do século XX, Nhá chica se tornou um motivo de alegria para o povo da sua terra natal. Foi para a cidade de Baependi ainda pequena e ali viveu até sua morte. Seu trabalho de evangelização na cidade incluía o acolhimento aos mais necessitados e o aconselhamento.
Foi em Baependi que a beata viveu grande parte da sua vida e lá dedicou-se a favor dos mais pobres e necessitados e construiu a sua fama de santidade, todavia ela é um exemplo de santidade para todos que conhecem a sua história. Leiga, mulher simples, filha de escrava, analfabeta, mas nada disso a impediu de dedicar a sua vida a vivência do Evangelho e de muita oração, em especial uma terna devoção a Imaculada Conceição.
Fotos: Pascom Rio das Mortes