Após 4 anos e 6 meses de obras, reformas e adequação litúrgica, a Igreja Matriz de São José Operário, localizada no bairro Tijuco, em São João del-Rei, reabriu suas portas em uma solene celebração de missa e dedicação do novo altar, presidida pelo bispo diocesano, Dom José Eudes Campos do Nascimento.
“Nossa Paróquia se alegra com a reabertura da igreja Matriz. Graças à união dos paroquianos, dizimistas, amigos e colaboradores de nossa Paróquia foi possível realizar a reforma e adequação do espaço celebrativo de nossa matriz. Nossa Paróquia cresce a cada dia fortalecida na fé em São José que nos torna mais comprometidos com Jesus Cristo. Por isso, grande é a união dos paroquianos no anúncio do Evangelho e na conservação do patrimônio Paroquial. Com fé e alegria nosso povo aguarda a abertura de nossa Matriz. Esperamos que as celebrações de ação de graças, seja um tempo de bênçãos e crescimento espiritual e humano para toda a comunidade”, pontua o pároco e responsável pela reforma, Padre Vinícius Idefonso Campos.
O clima era de festa pelos arredores da matriz. Um caminho de velas acesas feito pelos moradores já sinalizava o dia atípico na comunidade. Com igreja repleta, uma missa nada convencional. Para muitos, era a primeira vez que acompanhava o rito de dedicação do altar. “Tenho certeza que a maioria está participando pela primeira vez de uma dedicação de um novo altar. Sei que é uma celebração um pouco mais demorada mas de muita riqueza em significados, além de possibilitar grandes aprendizados da nossa Igreja para todos os fiéis”, destaca Dom José Eudes.
Era perceptivo os olhares dos fiéis de admiração para cada canto do templo restaurado. Iluminação, pintura, designer peculiar. Tudo transmitia fé e prendia a atenção. “Para mim é uma grande alegria poder contribuir com minha profissão de arquiteto nesse grande sacramento de pedra que se tornou a igreja Matriz de São José Operário. Fui contatado pelo Padre Vinícius na parte da adequação litúrgica e pude contribuir especialmente com o aspecto técnico dessa parte da obra. Mediante suas ideias e expectativas para as diversas partes dos espaços celebrativos pude contribuir por meio de algumas indicações que ele tão bem acatava e que trabalhávamos juntos até que eu pudesse formalizar tecnicamente para ser executado. Agradeço a ele pela confiança em meu trabalho e por ter proporcionado a este povo tão querido uma igreja tão bela. Meu coração está em festa com o povo do Tijuco que ganha não só uma igreja reformada, mas um espaço que é fruto e imagem da fé desse povo”, enfatiza o arquiteto sacro e seminarista diocesano, Rutiero Carvalho.
O tradicional rito de dedicação do altar teve início com a invocação dos Santos, através do cântico da Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, após a oração de dedicação e consagração, o bispo ungiu o altar com o Santo Óleo do Crisma. Pela unção do crisma o altar torna-se o símbolo de Cristo, que é o «Ungido» de preferência aos demais e assim é chamado; na verdade, o Pai. O ungiu pelo Espírito Santo e O constituiu o Sumo Sacerdote, para que oferecesse no altar do seu Corpo o sacrifício da vida pela salvação de todos.
Dom José Eudes, ainda, incensou o altar, e terminando o rito, houve o revestimento e iluminação do altar. O incenso é queimado sobre o altar para significar que o sacrifício de Cristo, que aí se perpetua de maneira sacramental, sobe para Deus em odor de suavidade; mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem até ao trono de Deus, por Ele aceites e a Ele agradáveis. A incensação da nave da igreja indica que ela, por meio da dedicação, se torna casa de oração; mas em primeiro lugar incensa-se o povo de Deus, pois ele é o templo vivo, no qual cada fiel é altar espiritual.
Já o revestimento, indica que o altar cristão é a ara do Sacrifício Eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual os sacerdotes e os fiéis, numa mesma e única ação, embora com função diversa, celebram o Memorial da morte e ressurreição de Cristo e comem a Ceia do Senhor. Por isso, o altar é preparado e festivamente ornado como mesa do banquete sacrificial. Isto claramente significa que ele é a mesa do Senhor, da qual todos os fiéis se aproximam com alegria, para se alimentarem do alimento divino, o Corpo e o Sangue de Cristo imolado.
Os ritos da unção, da incensação, do revestimento e da iluminação do altar exprimem, em sinais sensíveis, alguns aspectos daquela obra invisível que o Senhor realiza por meio da Igreja quando ela celebra os divinos mistérios, principalmente a Eucaristia. Destaca-se o altar, que para a Igreja representa o próprio Cristo.
Em hebraico, a palavra altar significa “lugar de matança”. Em grego, significa “lugar de sacrifício”. Em latim, vem de altare, de altus, que significa “plataforma elevada”. Por isso, desde a remota antiguidade, um altar é um lugar elevado ou pedra consagrada, que servia para a celebração de ritos religiosos dirigidos à divindade.
Ao final da celebração, Padre Vinícius proferiu seus agradecimentos, reforçando a união, empenho e trabalho de toda a comunidade paroquial na execução da obra.
Realizada a benção final, os fiéis puderam perambular pelo templo religioso e admirar o novo espaço de oração da comunidade tijucana. Um lanche também marcou o momento de partilha e confraternização.
A programação festiva segue até o próximo domingo, dia 09, contando com missas participativas, adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, celebração de batismo e renovação das promessas matrimoniais dos casais da comunidade. Neste período o templo religioso também vai estar aberto, entre 09 e 18 horas, para visitação.
Fotos: Willian Carvalho