A Congregação das Irmãs Carmelitas da Divina Providência estiveram em festa na última quinta-feira, 14, em celebração ao centenário da Irmã Maria Henriqueta Nunes Leal. Uma missa festiva na Capela do Albergue Santo Antônio marcou as comemorações.
A celebração teve início na parte da manhã e reuniu religiosas, funcionários e amigos da aniversariante. Dom José Eudes Campos do nascimento, Bispo Diocesano de São João del-Rei, presidiu a cerimônia que foi cercada de muitas homenagens.
Durante a homilia, Dom José falou sobre o testemunho vocacional da Irmã Henriqueta e a beleza de se celebrar, em comunidade – tal comemoração. “Celebrar os cem anos de uma religiosa é motivo de gratidão e agradecimento ao Bom Deus pelo seu trabalho e dedicação a nossa Igreja, além de ser um incentivo para a gente valorizar mais a nossa vida”.
SOBRE A IRMÃ
Irmã Maria Henriqueta Nunes Leal nasceu em Alvorada, Município de Carangola / MG, em 14 de julho de 1922. Filha de Nascimento Nunes Leal e Angelina de Oliveira Leal. Tendo sua família transferido para Resplendor/MG, passou a lecionar no Colégio Senhora do Carmo de Aimorés. Após terminar o Curso Normal no Colégio Imaculada Conceição das Filhas de Jesus, em Leopoldina/ MG, ingressou na Congregação Carmelita, na década de 70, fazendo o Curso Superior de História em Belo Horizonte.
Ingressou no Postulado em 08 de março de 1942 e recebeu o hábito em 26 de abril de 1943 com o nome de Irmã Maria Carmelina da Imaculada Conceição. Fez os primeiros votos em 29 de abril de 1944 e os perpétuos em 16 de julho de 1950. Ativa e metódica, Irmã Henriqueta sempre desempenhou a contento os ofícios que lhe foram confiados. Professora eficiente, conseguia de suas alunas aproveitamento intelectual e formação religiosa.
Foi nomeada Superiora Local e nas diversas circunstâncias em que exerceu o cargo, o fez com prudência e dinamismo. Coordenadora Geral, eleita em dois Capítulos, foi escolhida pela Divina Providência para ocupar este cargo no momento em que a Congregação necessitava de uma pessoa com seu entusiasmo pela Vida Religiosa, sua lucidez e equilíbrio.
Aberta ao novo, não se deixou levar por qualquer vento de doutrina. Suas decisões eram tomadas sempre de acordo com o Conselho Geral e após madura reflexão e longos momentos de oração. Dinâmica e, às vezes, apressada para executar o que lhe parecia clara vontade de Deus. Não se iludia com fantasias. Sabia escutar Deus e as pessoas.
Quando seu entusiasmo a levava a sonho que, aos olhos do Conselho, pareciam irrealizáveis, sabia renunciar ou cortar parte dos seus projetos que, às vezes, pareciam por demais otimistas. De modo geral, porém, seus sonhos não eram assim tão irrealizáveis. Seus projetos eram feitos com bastante realismo e por isto executados fielmente por ela com a participação de todas.
Procurando em primeiro lugar o bem das pessoas, sabe leva-las a pôr em exercício todas as suas capacidades. Exerce, assim, uma liderança baseada no amor, promovendo as pessoas fazendo-as felizes e conseguindo delas grande produtividade. Metódica sem ser rígida, usa sua inesgotável criatividade para conciliar a organização, o bem comum e as necessidades individuais de cada pessoa. Discreta, prudente, orante, de uma retidão à toda prova, facilmente inspira confiança. Tem o dom de promover a unidade respeitando a diversidade.
A vida de oração e o amor a Nossa Senhora são os traços fortes de sua personalidade. Sem muitas palavras, em sua vida transborda este amor. Estudou profundamente a fundamentação teológica, bíblica e carmelitana da presença de Maria na vida da Igreja. Escolheu entrar para a Congregação por causa do amor do Carmelo a Maria. Assumiu o Governo da Congregação num momento difícil.
Irmã Henriqueta, com sua caridade, lucidez e prudência, sem dar ênfase demasiada ao acidental, foi relembrando com firmeza a fidelidade ao essencial e, devagarinho, colocando as coisas nos seus devidos lugares.