O Santo Padre, Papa Francisco, em seu ciclo de catequeses sobre a oração, iniciou a Audiência Geral desta quarta-feira (11), dizendo que se alguém disser que não é necessário falar de oração. “Sim é necessário”. Para o Pontífice se não rezarmos não teremos a força para ir em frente na vida. “A oração é como o oxigênio na vida. A oração é atrair sobre nós a presença do Espírito Santo que nos faz ir adiante sempre. Por isso, eu falo muito sobre a oração”.
O Sumo Pontífice diz que a oração é praticada com perseverança: “Jesus deu exemplo de uma oração contínua, praticada com perseverança. O diálogo constante com o Pai, no silêncio e no recolhimento, é o fulcro de toda a sua missão”.
Ele também recorda três parábolas contidas no Evangelho de Lucas e primeiro apresenta o personagem da parábola que, tendo que receber um hóspede que chegou de repente, no meio da noite, vai bater à porta de um amigo e pede-lhe pão. “O amigo responde ‘não!’, porque já está na cama, mas ele insiste, e insiste a ponto de o obrigar a levantar-se e a dar-lhe. Um pedido tenaz!”.
Mas Deus é mais paciente do que nós, e quem bate à porta do seu coração com fé e perseverança não fica desiludido. “Deus responde sempre. Sempre! O nosso Pai sabe bem do que precisamos; a insistência não serve para o informar ou convencer, mas para alimentar o desejo e a expectativa em nós”. disse.
A segunda parábola é a da viúva que se dirige ao juiz para que a ajude a obter justiça. Este juiz é um homem sem escrúpulos, mas no final, exasperado pela insistência da viúva, decide contentá-la. Esta parábola nos faz compreender que a fé não é o impulso de um momento, mas uma disposição corajosa para invocar Deus, até para “discutir” com Ele, sem se resignar ao mal e à injustiça.
Quem reza nunca está sozinho
A terceira parábola apresenta um fariseu e um publicano que vão ao Templo para rezar. O primeiro dirige-se a Deus gabando-se dos próprios méritos; o outro sente-se indigno até de entrar no santuário. Contudo, Deus não ouve a oração dos soberbos, mas atende a dos humildes. Não há verdadeira oração sem espírito de humildade. Não há oração verdadeira sem espírito de humildade. É a humildade que nos impele a orar.
O ensinamento do Evangelho é claro: é preciso rezar sempre, até quando tudo parece vão: “Quando Deus nos parece surdo e mudo, e que perdemos tempo. Mesmo que o céu se ofusque, o cristão não deixa de rezar. A sua oração anda de mãos dadas com a fé. E a fé, em muitos dias da nossa vida, pode parecer uma ilusão, uma labuta estéril. Existem momentos escuros em nossas vidas e ali a fé parece uma ilusão, mas praticar a oração significa também aceitar esta dificuldade”.
Segundo o Papa, nas noites de fé, quem reza nunca está sozinho. “Na verdade, Jesus não é apenas testemunha e mestre de oração, é muito mais. Ele nos acolhe na sua oração, para podermos rezar n’Ele e através d’Ele. E isto é obra do Espírito Santo. É por este motivo que o Evangelho nos convida a rezar ao Pai em nome de Jesus”.
Fonte: A12