Rio das Mortes celebra com festa os 213 anos do batismo de Nhá Chica

O final de semana foi de festa no Rio das Mortes, distrito da cidade de São João del-Rei. Centenas de fiéis se reuniram em torno da pequena igreja da Beata Nhá Chica para celebrar os 213 anos do seu batizado. Celebrações de missas e procissão marcaram a programação.

Nhá Chica foi batizada no dia 26 de abril de 1810, na antiga capela de Santo Antônio, e ainda jovem mudou-se para Baependi, sul de Minas, e lá viveu grande parte da sua vida e lá dedicou-se a favor dos mais pobres e necessitados e construiu a sua fama de santidade, todavia ela é um exemplo de santidade para todos que conhecem a sua história. Leiga, mulher simples, filha de escrava, analfabeta, mas nada disso a impediu de dedicar a sua vida a vivência do Evangelho e de muita oração, em especial uma terna devoção a Imaculada Conceição.

A festa teve início no dia 20 com a realização do tríduo preparatório. Já no sábado, 22, a programação contou com missa às 10 horas da manhã, nas ruinas da igreja de Santo Antônio, local do batismo de Nhá Chica. A celebração foi presidida pelo pároco e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Baependi, padre Edson Pereira, juntamente com uma comitiva de baependianos.

Já no domingo, dia 23,os fiéis saíram logo cedo, em caminhada, com a pequena imagem da beata pelas estradas e ruas da comunidade. Durante todo o percurso, foram entoados cantos e rezado o santo terço pedindo a intercessão da Beata Nhá Chica sobre os devotos e fiéis. “A caminhada foi uma verdadeira peregrinação de fé e devoção. Crianças, jovens, adultos e idosos participaram desse momento especial”, pontuou o pároco, Padre Elissandro Carvalho. Na chegada, houve Santa Missa presidida pelo Vigário Geral da Diocese, Monsenhor Geraldo Magela da Silva.

Beata Nhá Chica morreu em 14 de abril de 1895, em Baependi. A sua beatificação aconteceu no dia 04 de maio de 2013 e o seu processo de canonização está no Vaticano sendo analisado pela Congregação dos para as Causas do Santos. Francisca de Paula de Jesus, a “Mãe dos Pobres” é a primeira negra, analfabeta e filha de escrava a receber o título de beata pela Igreja Católica no Brasil.