Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo

Jo 18,33b-37

“TODO AQUELE QUE É DA VERDADE ESCUTA A MINHA VOZ”.

No 34º Domingo do tempo comum celebramos Jesus Cristo Rei do Universo. Esta festa em honra de Jesus foi instituída pelo Papa Pio XI que explica o seu sentido em um texto chamado Quas primas. Para Pio XI os males que afetam o mundo têm sua origem no fato de que a maioria dos homens se tinha afastado de Jesus e de sua lei santíssima.

Por essa razão, o Papa crê que não há outro modo mais eficiente para revigorar a paz do que procurar a restauração do reinado de Jesus Cristo. Por isso, instituiu a festa de Cristo Rei do universo no último domingo de outubro.

Com a reforma litúrgica do Vaticano II a Solenidade foi transferida para o último domingo do Tempo Comum, indicando assim Jesus Cristo como meta a que tendem o ano litúrgico e todo peregrinar dos homens.

No ciclo de leituras do ano B as leituras são de Dn 7,13-14, que nos mostra a visão de um como Filho de homem, a quem se dá poder, glória e reino. A segunda leitura da missa é de Ap 1,5-8 em que lemos um hino fervoroso a Cristo.

O Evangelho é retirado de Jo 18,33b-37 e narra o interrogatório de Jesus diante do Governador Romano Pilatos. Nessa perícope do Evangelho Jesus explica a natureza do seu reinado.

Jesus afirma a sua qualidade de Rei, mas nega a sua semelhança com reis conhecidos por Pilatos. Cristo qualifica os reis deste mundo pelo fato de se apoiarem na força das armas e imporem assim o seu domínio.

O Messias enviado por Deus cumprirá as promessas de modo superior e diverso do que o imaginado pelo povo. Ele não ocupará trono, não usará do seu poder para coagir e subjugar os seus súditos, mas oferecerá uma vida que, fazendo conhecer a verdade sobre Deus e sobre o homem, os fará livres.

A realeza de Jesus se manifesta no dom de si, no amor, no serviço à verdade, na recusa do poder como meio de subtrair-se à oposição. É por isso que nos evangelhos a realeza de Jesus só se manifestar de forma clara no contexto da paixão. Fora deste contexto não é possível compreender com clareza a natureza da realeza de Jesus.

Referências

BOROBIO, Dionisio (org). A celebração na Igreja: Ritmos e tempos de celebração. São Paulo: Loyola, 2000, p. 192.
FABRIS, Rinaldo; MAGGIONI, Bruno. Os evangelhos II. 3 ed. São Paulo: Loyola, 1998.
MATEOS, Juan; BARRETO, Juan. O evangelho de São João: Análise linguística e comentário exegético. São Paulo: Paulinas, 1999.