(Jo 21,15-19)
Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
Hoje, celebramos com grande júbilo a Solenidade de São Pedro e São Paulo, dois pilares fundamentais da nossa fé cristã. Esta solenidade, transferida para o domingo no Brasil, nos convida a refletir sobre a vida e o testemunho destes grandes apóstolos, que tanto contribuíram para a edificação da Igreja.
Desde o século III, a liturgia une São Pedro e São Paulo em uma mesma celebração, reconhecendo-os como as duas colunas da Igreja. São Pedro, natural de Betsaida é de origem humilde, era pescador quando foi chamado por Jesus para seguir uma missão grandiosa: guiar e confirmar os irmãos na fé. Pedro, uma das primeiras testemunhas de Jesus ressuscitado, compreendeu a necessidade de abrir a Igreja aos gentios, como narrado nos Atos dos Apóstolos (At 10-11).
São Paulo, por outro lado, foi inicialmente um perseguidor fervoroso dos cristãos. No entanto, sua vida foi transformada de maneira radical no caminho de Damasco, onde teve um encontro pessoal com Cristo. A partir desse momento, Paulo se tornou um ardente missionário do Evangelho, percorrendo o Mediterrâneo para levar a mensagem de salvação, especialmente aos pagãos. Com um coração apaixonado por Cristo, ele dedicou sua vida a anunciar a Boa Nova a todos os povos.
Ambos os apóstolos sofreram perseguições intensas e, por fim, foram martirizados em Roma. Com seu sangue, regaram o solo onde a Igreja de Deus foi plantada e floresceu. O testemunho de Pedro e Paulo continua a inspirar os fiéis de todas as gerações, chamando-nos a viver uma fé autêntica e comprometida.
O evangelho deste domingo nos apresenta a profissão de fé de Pedro, um momento crucial para a compreensão da identidade de Jesus e da missão confiada a Pedro. O texto pode ser dividido em duas partes: a resposta de Pedro acerca da messianidade de Jesus, o Filho de Deus (Mt 16,13-16), e a promessa do primado conferido a Pedro (Mt 16,17-19).
Jesus questiona seus discípulos sobre quem o povo pensa que Ele é. As respostas variam, comparando Jesus a diversos profetas. No entanto, Pedro, movido pelo Espírito Santo, faz uma confissão única: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Esta confissão não é fruto de uma compreensão humana, mas de uma revelação divina, conforme as palavras de Jesus: “não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17).
Por causa desta confissão de fé, Jesus declara a Pedro a rocha sobre a qual edificará a Sua Igreja. A Pedro e a seus sucessores é confiada a missão de serem o fundamento visível da Igreja, a manifestação concreta da realidade invisível que é Cristo Ressuscitado. O poder de “ligar e desligar”, simbolizado pela metáfora das chaves, indica a autoridade confiada a Pedro sobre a Igreja.
Ao celebrarmos esta solenidade, somos chamados a refletir sobre o papel fundamental da liderança e da unidade na Igreja. Pedro e Paulo nos mostram que, mesmo em meio a dificuldades e perseguições, é possível viver e testemunhar a fé com coragem e determinação. Somos convidados a renovar nosso compromisso com Cristo, seguindo o exemplo destes grandes apóstolos.








