Subsecretário Adjunto da CNBB avalia a 58ª AG e os passos frente à Igreja no Brasil

A 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) chegou ao fim na tarde desta sexta-feira, 16 de abril, após uma série de partilhas e comunicados de Comissões e organismos. Segundo o artigo 27 do Estatuto Canônico da CNBB, a Assembleia, órgão supremo da CNBB, “é a expressão e a realização maiores do afeto colegial, da comunhão e co-responsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”.

Junto aos bispos, o Subsecretário Adjunto Geral da CNBB, padre Dirceu de Oliveira Medeiros, acompanhou de perto os passos do episcopado frente à Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Segundo ele, a preparação foi cuidadosa e envolveu o qualificado corpo de assessores da CNBB, além de diversos departamentos da Sede da conferência, principalmente, por se tratar de um evento remoto.

“Já estamos trabalhando nesse formato desde o início da pandemia, isso nos ajudou muito. Várias reuniões de órgãos da CNBB, bem como diversas atividades das comissões episcopais já estavam e ainda estão sendo trabalhadas nesse formato. Na minha ótica, a pandemia veio acelerar um processo que já estava em curso, o aproveitamento das novas plataformas, a possiblidade de trabalho remoto e outras inovações”, destacou o sacerdote que pertence ao clero da Diocese de São João del-Rei.

Sobre a participação, o numero surpreendeu de forma positiva. “No pico de participação, chegamos a 400 participantes, dentre eles, os membros que são os bispos e os convidados compostos pelos assessores, organismos e outros. Mas para além do número significativo percebemos um clima bom, de interesse e de partilha. É claro que o ‘olho no olho’, o encontro e a relação pessoal fazem falta, mas dentro do limite atual foi um momento de Graça para todos nós”.

a temática e as prioridades de trabalho

Este ano o evento teve como tema central “O Pilar da Palavra”, proposto pelas Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023). Além disso, os bispos puderam aprofundar outros 30 assuntos previstos nos estatutos sobre a vida da Igreja e a evangelização no Brasil, sendo eles de ordem espiritual, temporal ou de problemas emergentes da vida das pessoas e da sociedade, como aponta o Estatuto Canônico da CNBB, artigo 29. Isso faz parte das missões da CNBB: promover uma pastoral orgânica e de conjunto.

“As Diretrizes, bem como o tema central, ajudam a Igreja no Brasil, ou seja, as diversas dioceses, a terem uma linguagem comum, a construírem seu projeto de pastoral a partir de uma base firme e sólida. Precisamos conhecer mais esses documentos. O tema central que será lançado em formato de estudo (documento verde) destaca para nós a centralidade da Palavra de Deus. Isso ficou nítido neste tempo de pandemia, quando nosso povo não podia participar – presencialmente – das celebrações, tinham a opção, além de acompanhar a Missa pelas redes sociais, a se reunir em família como Igreja Doméstica. Como os primeiros cristãos, as famílias se reuniram utilizando ricos roteiro oferecidos pela comissão de liturgia da CNBB. Assim, penso que o tema central e as Diretrizes querem nos levar a colocar o Pilar da Palavra de Deus no centro de nossas vidas e comunidades como faziam os primeiros cristãos”, pontua padre Dirceu.

evento episcopal, em comunhão com o povo

Com uma pauta diversificada, o vento pontuou em sua programação momentos de partilha e comunhão dos bispos com o povo. Nesta sexta-feira, 16, foi divulgada uma mensagem do episcopado que reunido se dirigiu ao povo brasileiro neste grave momento de pandemia e de grandes mazelas sociais.

Sobre essa conectividade, padre Dirceu pontua a beleza ao ver os bispos, pastores do povo, se preocupando com as angústias e tristezas do povo. “Alguém disse na Assembleia que a missão do bispo é estar na frente para guiar, indicar o caminho a seguir, no meio para animar e atrás para não deixar ninguém para traz. Essa é a missão do bispo e a missão da Igreja. Essa mensagem de esperança lançada pelo episcopado brasileiro nos leva a não desanimar”.

No documento, os bispos fazem, ainda, um forte apelo à unidade das Igrejas, entidades, movimentos sociais e todas as pessoas de boa vontade, em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil. “Nesta mensagem os bispos consolam as famílias enlutadas pelas perdas de seus entes queridos em virtude da pandemia, anima e agradece aos profissionais de saúde e dos serviços essenciais pela doação, lembram aos governantes em geral a responsabilidade de cuidar do povo nesse momento crítico, incentiva a fraternidade e a amizade social, dentre outros. Uma mensagem de esperança”, destaca.

Questionado sobre o que esperar da caminhada da Igreja após 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, padre Dirceu destaca o acolhimento. “Que nossas comunidades saibam acolher esses apelos e essas mensagens de esperança trazidas por nossos bispos que, na colegialidade, exercem o magistério, ou seja, a tarefa de ensinar e animar na fé, o povo de Deus, o Rebanho de Cristo”, conclui.

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