Lc 13,22-30
“Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!”
O Evangelho do 21º domingo do tempo comum inicia indicando que Jesus “Atravessava cidades e aldeias, ensinando e seguindo viagem rumo a Jerusalém” (13,22). Para o evangelista Lucas, a viagem é uma moldura literária que tem o intuito de situar o ensino de Jesus e dar a ele o tom de urgência e empenho que deriva da perspectiva da morte próxima.[1]
Um questionador anônimo interpela Jesus a respeito da salvação: “Senhor, são poucos os que se salvam?”. Esta questão era debatida pelos teólogos judaicos. Segundo a teologia dos rabinos, o povo de Israel na sua totalidade seria salvo, enquanto que, para outros grupos apocalípticos, poucos se salvariam.[2] Jesus não entra nessa discussão e usa de uma linguagem simbólica para dizer quem vai se salvar.
No entendimento de Jesus não existem pessoas recomendadas junto a Deus, nem privilegiados que possam se vangloriar diante dele com base a sua pertença a uma etnia ou a um povo.
Para explicitar o ensinamento a respeito da entrada no “Reino”, Jesus conta uma parábola. Nela, o “Reino” é descrito como um banquete em que os eleitos estarão lado a lado com os patriarcas e os profetas (v. 25-29). Quem se sentará à mesa do “Reino”? Todos aqueles que acolheram o convite de Jesus à salvação aderiram ao seu projeto e aceitaram viver, no seguimento de Jesus, uma vida de doação, de amor e de serviço.
A salvação não depende da raça, da geografia, dos laços étnicos, a única coisa verdadeiramente decisiva é a adesão a Cristo.[3]
[1] Cf. FABRIS, R.; MAGGIONI B. Os Evangelhos II. Loyola: São Paulo, 1995, p. 149.
[2] Cf. Idem.
[3] Cf. 21º Domingo do Tempo Comum – Ano C.
Referências
FABRIS, R.; MAGGIONI B. Os Evangelhos II. Loyola: São Paulo, 1995.