Jo 2,13-25
“Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”
No 3º Domingo do tempo da quaresma lemos o excerto evangélico de Jo 2,13-25. Na passagem vemos Jesus que sobe pela primeira vez a Jerusalém para celebrar as festas Pascais e ao chegar no Templo, depara-se com um espetáculo inesperado. Vendedores de bois, ovelhas e pombas oferecendo aos peregrinos os animais de que necessitam para o sacrifício em honra a Deus. Havia também cambistas instalados em suas mesas, fazendo troca de moedas estrangeiras pela única moeda oficial aceita pelos sacerdotes. Jesus fica indignado e faz um chicote e tira do recinto sagrado os animais, vira a mesa dos cambistas e diz: “não façais da casa do meu Pai uma casa de comércio”.
Os profetas de Israel tinham criticado o culto sacrificial que Israel oferecia a Deus, considerando-o como um conjunto de ritos estéreis, vazios e sem significado, uma vez que não eram expressão verdadeira de amor a Deus. O profetismo consolidou a ideia de que a chegada dos tempos messiânicos implicaria a purificação e a moralização do culto prestado a Deus no Templo.
Quando Jesus pega no chicote de cordas, expulsa do Templo os vendilhões e derruba as mesas dos cambistas (vers. 14-16), está se revelando como “o Messias” e anuncia que chegaram os novos tempos, os tempos messiânicos.
Ao expulsar os vendilhões do Templo, Jesus vai além daquilo que profetizaram os profetas. Jesus mostra que não propõe apenas uma reforma, mas a abolição do próprio culto. O culto prestado a Deus no Templo de Jerusalém era, antes de mais, algo sem sentido: ao transformar a casa de Deus num mercado, os líderes judaicos tinham suprimido a presença de Deus. O culto celebrado no Templo se desviou da sua finalidade e acabou criando exploração, miséria, injustiça e, por isso, em lugar de potenciar a relação do homem com Deus, afastava o homem de Deus.
Vemos no evangelho que Jesus se apresenta como o novo Templo. O templo representa o lugar onde Deus habita. Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside. É por meio de Jesus que o Pai oferece a humanidade o seu amor e a sua vida.


								




