3º Domingo do Advento

Jo 1,6-8.19-28

 “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’”

Estamos no terceiro do tempo do Advento também chamado Domingo gaudete”, “alegrai-vos”. Essa expressão se fundamenta na antífona de entrada da Missa que retoma uma expressão de São Paulo na Carta aos Filipenses que diz assim: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito-vos: alegrai-vos”! E acrescenta imediatamente a motivação: “O Senhor está próximo!” (Fl 4, 4-5).

O Evangelho é retirado de Jo 1,6-8.19-28 e temos no relato a figura de João Batista sendo questionado por uma delegação de fariseus. O Evangelho afirma que João Batista foi “enviado por Deus”. Essa expressão, frequentemente utilizada no Antigo Testamento, aqui significa que a missão do precursor não é humana, mas está alicerçada na vontade de Deus.

Segundo o evangelho a missão do Batista é “dar testemunho da luz”. A “luz”, segundo o evangelista São João, era o Verbo, o Filho de Deus. “Para que todos cressem por meio dele” indica que o propósito da missão de João é despertar a fé nas pessoas. Fé que é muito mais que mero sentimento, pois exige mudança de pensamento e testemunho de vida. João Batista não atua por sua própria iniciativa, mas em resposta à escolha divina e para concretizar uma missão que Deus lhe confiou.

O excerto evangélico relata a vinda de uma delegação oficial de fariseus, enviada para investigar João Batista. A comissão investigadora quer saber a identidade e a natureza de sua missão, ou seja, queriam ter certeza de sua ortodoxia, se ensinava ou não de acordo com a doutrina. Fazem perguntas: quem és tú?

João nega ser o Messias. Também não aceita identificar-se com Elias, tampouco aceita assumir o título de “o profeta” Na verdade, João não aceita que lhe atribuam nenhuma função que possa centrar a atenção na sua própria pessoa. O Batista não busca a sua glória pessoal ou a sua afirmação.

Ao responder aos membros da delegação, João identifica-se, como a Voz que clama no deserto, recorrendo assim, a uma citação do profeta Isaías (Is 40,3). Confessa não ser o Cristo nem o profeta, mas apenas uma voz conclamando as pessoas a se prepararem para a vinda de Cristo. É aqui que a missão do precursor tem a ver conosco, hoje, ao nos prepararmos para o Natal e para a segunda vinda de Cristo. É necessário prepararmos o caminho, isto é, remover todos os obstáculos que impedem a marcha da ação de Cristo em nossa vida.