Manifestações de fé marcaram marcaram a noite de segunda-feira, 24, em São João del-Rei. Com muitas flores, luzes e fogos, milhares de fiéis se reuniram no Alto das Mercês para festejar Nossa Senhora. Este ano com um motivo ainda maior: celebrar os 800 anos da Ordem Mercedária.
Se olhar no dicionário, a palavra mercê possui diversos significados. Um deles diz que mercê é um favor, um benefício, podendo associar à Maria, que doa benefícios aos seus filhos, devotos. A mãe da Misericórdia que encorajou São Pedro Nolasco a seguir libertando os cristãos escravos.
A programação festiva teve início logo cedo com alvorada festiva. A festa teve início no dia 14 e contou com mais de 30 celebrações de missas durante toda a programação.
Após a última missa do dia, os fiéis partiram em procissão pelas ruas do centro histórico. Durante o trajeto, muitas orações, súplicas e agradecimentos a Mãe de Deus. “Meu filho ficou 52 dias no presidio. Clamei o auxilio de Nossa Senhora e alcancei a graça. Hoje estou aqui, para subir alguns degraus da escadaria, de joelhos, ao lado do meu filho”, relata dona Rosa Lucia.
Outra devota, pagadora de promessa, era Lucilene Silva de Carvalho. Ao lado da filha Valesca, caracterizada com as vestes similares da imagem, ela agradecia uma graça de mais de 17 anos. “Quando a Valesca começou a andar ela apareceu com uma doença na perna que não conseguia ser identificada pelos médicos. Não hesitei, logo pedi a intercessão de Nossa Senhora e tudo deu certo. Hoje só tenho que agradecer”, explica.
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Em frente a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, um momento de grande emoção. Crianças, de branco, entoaram a canção “Prece à Nossa Senhora”, de autoria do padre Reginaldo Manzotti. A apresentação foi organizada pelo Conservatório de Música Padre José Maria Xavier.
Na chegada do cortejo, em frente ao Hospital, mais uma demostração de fé. Enquanto isso, padre Geraldo Magela acolhia dos fiéis que se aglomeravam próximo a escadaria. “Maria está de braços abertos para nos acolher e abraçar. Quanta graça recebemos de Deus, por intermédio de Maria. Ela nos ajuda a fazer a defesa para o bem”, afirma.
Em seguida, um espetáculo de fé ocupou toda a escadaria da pequena igreja. Ao som da “Marcha das Mercês”, composta por Luiz Baptista Lopes, artista da segunda metade do século XIX e início do XX, um show de fogos movimentou os corações dos fiéis presentes. Um momento mágico, segundo a mercedária da caridade, Irmã Maria Antônia Maier. “Essa celebração é tão significativa. Parece que já estou no Paraíso”, classifica.
Se é belo para quem frequenta todos os anos, participar pela primeira vez causa uma emoção ainda maior. Josué Paridzani Aihorowe é índio xavante de Santo Amaro, São Paulo. “Muito lindo. Muito feliz em ver de perto essa beleza”. Junto com sua família indígena e seu pároco, vieram apreciar tal celebração. “Quis mostrar a riqueza litúrgica e cultural daqui. Todos ficaram maravilhados com a festa”, explica padre Carlos Gonçalves, da Paróquia Espírito Santo.
Já no interior da igreja, houve benção do Santíssimo Sacramento e o canto do Te Deum Laudamus. A festa tem seu desfecho hoje, 25, com procissão em honra a Nossa Senhora do Bom Parto, benção das crianças e das gestantes.