As celebrações da Semana Santa começam neste domingo, 13, com a cerimônia do Domingo de Ramos. A data recorda a entrada triunfal de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém. Paróquias da Diocese de São João del-Rei irão realizar celebrações, bênção dos ramos e procissões ao longo do dia.

Para ornamentar as igrejas e presentear os fiéis, algumas pessoas, de forma voluntária, saem pelos campos da região em busca das palmas e ramos. Uma atitude singela que faz toda a diferença na realização do rito, afinal, foi com ramos nas mãos que Cristo foi aclamado pelos judeus. “Na maioria, quem aclamava com ramos e mantos, eram o povo simples, mas sem saber quem era Jesus, por que viram Jesus ressuscitar Lázaro, e fazer curas. Mais é o mesmo povo que, depois, perdidos, sem em quem acreditar, levam Jesus ao madeiro”, explica Padre Thairo Guimarães, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Luminárias.

Simplicidade esta herdada por Vanda Abreu que, seguindo o exemplo da mãe, Dona Alzira Abreu, recolhe os ramos e os distribui em todo o bairro de Matosinhos. De casa em casa, a manicure preserva a tradição familiar e recorda, com alegria, os feitos deixados pela mãe, falecida há dez anos. “Aprendi com ela. Via ela acordar cedo, colher os ramos e sair distribuindo pela vizinhança. Depois, juntava os mais bonitos e levava para o Bom Jesus, para enfeitar a Igreja. Hoje, sou eu que faço isso. E faço com orgulho e alegria. É muito gratificante”.

Após a celebração, os ramos são guardados e, no ano seguinte, são queimados, transformados em cinzas, e utilizados na Quarta-Feira de Cinzas para colocar na cabeça das pessoas. Segundo o sacerdote, “ter esses ramos em casa não é simpatia, mais, um sinal do cristão autêntico que vive a conversão, a penitência e o jejum”.

De acordo com o Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia, “os fiéis gostam de conservar em suas casas, e às vezes no local de trabalho, os ramos de oliveira ou de outras árvores, que foram abençoados e levados na procissão”. O aracajuano, Hitamar Andrade por exemplo, tem o costume de guardar seu ramo na parede de casa para se recordar a Paixão de Cristo. “Coloco junto com um quadro de Nosso Senhor onde fica durante todo o ano. É uma forma de recordar o seu martírio e sua entrada triunfal de Jesus”, explica.

No centro de São João del-Rei, a cerimônia vai ter início as 09h30, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Os ritos serão conduzidos pelo bispo diocesano, Dom José Eudes Campos do Nascimento.